Desmontou os estoques reguladores e dolarizou os preços dos alimentos, que em 4 anos subiram, em média, 57%. Já a inflação geral acumulou alta de 30%, segundo a Fipe
O preço dos alimentos subiu, em média, 57% nos tenebrosos quatro anos de governo Bolsonaro. O resultado da política do governo que se encerrou castigou sobretudo os mais pobres e foi um dos fatores responsáveis pelo aumento da fome e miséria a índices que não eram vistos há pelo menos três décadas.
A síntese de dados do período que abarca o começo de 2019 até o final de 2022 é da Folha de São Paulo, com base em informações da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) divulgadas esta semana. A pesquisa expõe que os preços dos alimentos subiram em média 56,6%, bem acima da inflação geral do período que foi de 29,8%, e alguns itens acumularam reajustes que beiram os 200% no período.
As principais altas foram de produtos que deveriam estar acessíveis nas mesas de todos os brasileiros, como os mais básicos da alimentação diária: cebola (+189,1%), óleo de soja (+164%), batata (+110,8%), feijão (+109,8%), arroz (+66,8%), café (+88,8%), leite (+69%) e o pão (+43,2%).
Para equilibrar as rendas rebaixadas ou inexistentes, o que se viu foi uma grande parcela da população tirar as carnes das listas de compras. Para outra grande parcela, o resultado foi a desoladora cena de filas de pessoas recolhendo carcaças e ossos nas portas dos supermercados.
Um quilo de acém, por exemplo, ficou 93,6% mais caro. A linguiça subiu 86,9%; os ovos, 78,3%. O frango, alternativa mais barata para a maioria, subiu 78%. Não é à toa que um dos compromissos da campanha que elegeu Lula presidente do Brasil pela terceira vez é trazer de volta a carne para a mesa do brasileiro.
A soma da inflação com o aumento na taxa de desemprego, queda da renda pela ausência de reajustes reais no salário mínimo e o aumento da informalidade fizeram a fome explodir no país atingindo 33 milhões de pessoas em 2022. Além disso, Bolsonaro desmontou os estoques reguladores que regulava a oferta e preços de alimentos no Brasil desde a década de 60 e permitiu, em plena pandemia, a exportação acelerada de alimentos, como soja e carnes, encarecendo os produtos no mercado interno, assim como a exportação de produtos básicos essenciais para os brasileiros como o leite, o arroz e até o feijão.