
Juros altos no financiamento da casa própria deixa brasileiro à mercê da especulação
O preço dos aluguéis no Brasil subiu quase 13% no último ano, apurou o Índice FipeZap, divulgado nesta terça-feira (18).
O aumento, acima da inflação e do IGP-M (índice usado para reajuste dos aluguéis), é efeito colateral dos sucessivos aumentos da taxa básica de juros (Selic). À medida que os juros altos encarecem e impossibilitam o acesso das famílias a financiamentos imobiliários, empurra cada vez mais a população para o aluguel.
Segundo o levantamento, a variação de preços para contratos novos foi, em média, de 12,92% nos 12 meses terminados em fevereiro – mais que o dobro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo acumulado no período (5,06%) e acima do IGP-M (8,44%), outro índice usado como referência para reajustes de aluguel. Considerando apenas o primeiro bimestre de 2025, o aumento foi de 2,04% também acima da inflação do período.
O FipeZap aponta que o preço do metro quadrado de um imóvel residencial para aluguel em São Paulo custa, em média R$ 59,19 – um aumento de 12% em 12 meses e de 2,18% apenas em 2025. O maior aumento foi registrado em Salvador, onde o preço subiu 34,61% em 12 meses.
Os reajustes de contratos vigentes são feitos a partir dos índices IPCA ou IGP-M, ou seja, o aumento captado pelo Índice FipeZap é referente a novos contratos de locação.
JUROS E FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO
Atualmente, em 13,25% ao ano – com a possibilidade de ser elevada para 14,25% esta semana – a taxa básica de juros, Selic, é usada como referência pelos bancos para todas as operações de crédito no país e tem impacto direto nos juros para financiamento imobiliário.
Com o crédito mais caro, o efeito é que as famílias adiem os planos de comprar a casa própria. No início do ano, até mesmo os juros da Caixa Econômica Federal foram reajustados na esteira da Selic, passando de 8,99% para 10,99% ao ano. Nos demais bancos comerciais, a taxa média é de 12% mais a TR (taxa referencial).