“É muito mais fácil você controlar o preço do gás na Petrobrás do que ficar criando vale para campanha política”, destacou o presidenciável da oposição
O ex-presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (29), em entrevista à Rádio Educadora de Piracicaba, que “o preço do combustível chegou onde chegou por irresponsabilidade de Bolsonaro”. “É muito mais fácil você controlar o preço do gás na Petrobrás do que ficar criando vale para campanha política. Eu era presidente quando teve a crise econômica de 2008. Naquele episódio, o barril do petróleo chegou a US$ 147, mais do que hoje. E quanto estava a gasolina? R$ 2,60″, acrescentou Lula.
Lula disse ter certeza de que, caso volte a governar o país, é possível acabar com a fome outra vez, assim como gerar empregos e controlar a inflação. “Para mim, é obsessão a gente vencer o desemprego. Reduzir a inflação é uma obsessão. A gente fazer com que as pessoas tenham comida é uma obsessão. Quem tem fome não pode esperar”, disse, em tom de indignação, durante a entrevista.
“Não tem nenhuma explicação econômica ou política para que o povo brasileiro tenha fome. Isso só tem uma razão de ser: é desgovernança, é irresponsabilidade. Porque o Brasil é o terceiro produtor de alimento do mundo, o primeiro produtor de proteína animal do planeta, e, portanto, não tem sentido as pessoas não terem o que comer”, afirmou o presidenciável da frente democrática.
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Lula também comentou as tentativas de Jair Bolsonaro, de, “a três meses da eleição, fingir que se preocupa com os mais pobres”. “Ele pode gastar mais R$ 60 bilhões, R$ 70 bilhões. Quer aumentar o auxílio emergencial? Faça tudo que não fez durante os quatro anos que não vai adiantar. O povo já está convencido que gosta mais de democracia, gosta mais de amor do que de ódio, mais de livros do que de armas”, analisou.
Lula disse que, caso seja eleito, vai trabalhar desde o primeiro dia para restabelecer a normalidade institucional no país, fazendo com que governo federal, Estados e municípios trabalhem juntos em um amplo projeto de desenvolvimento para, assim, criar empregos e aumentar a renda dos trabalhadores, algo essencial para se combater a fome.
Numa atitude frontalmente diferente do belicismo de Bolsonaro, o ex-presidente disse ter uma preocupação especial com os prefeitos, que são os responsáveis por administrar as cidades, “onde, no fim das contas, os brasileiros vivem.” “Eu vi, por exemplo, que foi criada a Região Metropolitana de Piracicaba, que vai até Pirassununga, são muitas cidades. Eu fico imaginando o discurso que foi feito para criar a região metropolitana. Agora, se o governador do Estado não colocar dinheiro, não incentivar a saúde, o transporte, a oportunidade de educação e de trabalho, a região estará tão nervosa quanto outras que estão abandonadas pelo país”, frisou.