Sete das oito atividades ficaram no vermelho em julho, entre comida, roupas e produtos de saúde e de higiene pessoal
Sob a pressão dos juros altos e da carestia, o resultado das vendas do comércio varejista brasileiro foi de queda pelo terceiro mês consecutivo e a quarta maior queda para o mês nos últimos quatro anos. De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas arrefeceu 0,8% em julho ante junho, após quedas de -1,4% e -0,1% nos meses anteriores. Em 12 meses, os resultados já são baixa de -1,8%. Na comparação com julho do ano passado a queda foi de -5,2%.
O desemprego elevado e o alto nível de inadimplência arrocha o orçamento das famílias com as rendas arrochadas, inflação descontrolada e juros altos.
Das 8 atividades investigadas pela pesquisa, 7 recuaram em julho. As vendas de tecidos, vestuários e calçados tiveram queda de -17,1% na passagem de junho para julho. Móveis e eletrodomésticos, cuja comercialização usualmente depende da disponibilidade de crédito, caiu -3% no mês. O setor de Hiper, supermercados e produtos alimentícios – que contribuem em maior volume nas vendas por se tratar de itens de primeira necessidade, também recuaram (-0,6%). A inflação generalizada atinge sobretudo os alimentos, que no ano já acumulam alta de 14,72% até julho.
Em julho, maioria das atividades tiveram queda:
- Tecidos, vestuário e calçados (-17,1%)
- Móveis e eletrodomésticos (-3,0%)
- Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%)
- Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-1,5%)
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,4%)
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%)
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%)
Apenas a atividade de combustíveis e lubrificantes mostrou crescimento, com avanço de 12,2% em relação ao mês anterior. O movimento mostra que, após a explosão nos preços dos combustíveis durante o desgoverno Bolsonaro, a breve redução no preço da gasolina motivou os brasileiros a encher os tanques. Por outro lado, os preços não param de subir, particularmente dos alimentos, esvaziando o carrinho de compras das famílias, particularmente das famílias de mais baixa renda.
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, a queda nas vendas é generalizada, em todas as comparações. O volume de vendas em julho caiu -0,7% frente a junho. Na comparação com julho de 2021, a queda é de -6,8%. No acumulado do ano recuou -0,8% e em doze meses recuou -1,9%.
A venda de veículos e motos caíram -2,4% e material de construção recuou -1,0% em julho na comparação com junho.