Na última semana encerrada na sexta-feira (26) a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) registrou aumentos na gasolina e no diesel, respectivamente de 1,02% e 1,08% ou o litro de R$ 4,133 para R$ 4,175 para gasolina e R$ 3,245 para R$ 3,28% para o diesel na bomba dos postos. O resultado é da pesquisa semanal feita pela agência em mais de 5.000 postos de gasolina.
Foi a nona semana consecutiva de alta nos valores do diesel e da gasolina nas bombas.
Os preços ao consumidor final pesquisados pela agência não acompanham simetricamente as variações de preços praticados pelas refinarias, mas estão sujeitos a mesma política de preços adotada pela Petrobrás, que tira do consumidor brasileiro para distribuir dividendos aos acionistas minoritários, especialmente grandes especuladores estrangeiros.
Assim como dá às importadoras dos derivados vida mansa, sem serem incomodadas pela capacidade de preços menores da Petrobrás.
A direção da Petrobrás fez dois aumentos da gasolina (nas refinarias) neste mês de julho. No dia 1º, no percentual de 3% e no dia 8 no percentual de 5%. Foi o sétimo aumento seguido desde o início de maio.
Quanto ao diesel os mais recentes aumentos foram no final de maio, em 7% e de 8% em meados de junho e os 6% em primeiro de julho.
Os sucessivos aumentos advêm da política de preços das direções da Petrobrás e o que está acontecendo nos últimos meses e resultado dela. Frente a forte desvalorização do real em relação ao dólar neste ano, o fator câmbio está tendo forte influência no aumento dos preços.
Pelo andamento dos preços do barril de petróleo no mercado internacional, rapidamente voltaremos aos preços dos combustíveis, derrubados pela crise da pandemia, aos patamares antes da crise se instalar.
Como a atual política de preços da Petrobrás favorece preços mais altos dos combustíveis.
Desde a gestão Bendini, no governo Dilma, foi imposta à Petrobrás que o cálculo dos preços dos combustíveis e mesmo do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)à venda nas refinarias fosse feito a partir da cotação do barril de petróleo no mercado internacional e do câmbio do dólar, visto que a cotação do barril é em dólar.
Ocorre, no entanto, que o custo de produção do petróleo da Petrobrás mais o lucro pertinente resulta num preço do barril de petróleo inferior ao preço internacional do produto.
Um dos fatores, pelo custo de produção do petróleo nas bacias do Pré Sal muito inferior à maioria dos outros campos de produção em todo mundo e que já responde por mais de metade da produção de óleo da companhia.
O resultado final dessa equação é que as refinarias da Petrobrás produzindo com um menor custo poderiam vender os derivados de petróleo a um preço mais em conta, transferindo suas vantagens competitivas para o consumidor brasileiro.
Uma situação condizente com os esforços para construir e desenvolver a Petrobrás, garantindo segurança energética estratégica e transferindo parte desses resultados para a população com derivados a preços mais acessíveis.
Ao atrelar os preços da gasolina, diesel, gás de cozinha e outros aos preços internacionais do petróleo, a política de preços das últimas direções da Petrobrás, ao invés de ser um elemento para regular o mercado para manter as outras companhias, especialmente estrangeiras, com preços mais favoráveis, faz exatamente ao contrário.
Dá a essas companhias condições de importar os derivados, especialmente gasolina e diesel, ao custo mais caro do mercado internacional, visto que a Petrobrás está calculando seus preços na mesma base das companhias internacionais, mesmo tendo custos menores.
Ou seja, os preços são calculados para dar às concorrentes as melhores condições de operar e até mesmo ganhar participação de mercado (Market share) sobre a Petrobrás.
J.AMARO