Empresa anunciou que vai pagar R$ 48 bilhões em dividendos para acionistas, na maioria estrangeiros
No primeiro trimestre deste ano, a Petrobrás obteve um lucro líquido de R$ 44,56 bilhões – isto é 38 vezes mais que o lucro de R$ 1,17 bilhão auferidos no mesmo intervalo do ano anterior. O aumento foi de 3.718%
O resultado reflete a intensa exportação de petróleo bruto, que ocorreu num período em que o produto esteve em alta no mercado internacional. A maior crítica, no entanto, é ao fato da empresa vender os derivados com preços dolarizados no mercado interno. Isso significou uma alta recorde na inflação.
E, mais grave ainda, todo esse lucro obtido no período – na verdade mais do que o lucro que a empresa anunciado – , será distribuído para os acionistas, em sua maioria estrangeiros. O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou na quinta-feira (5) a distribuição de dividendos para os acionistas – grande parte estrangeiros -, que chega a um total de R$ 48,5 bilhões.
De acordo com a direção da Petrobrás, os dividendos no valor de R$ 3,71 por ação preferencial e ordinária em circulação serão pagos em duas parcelas iguais nos meses de junho e julho.
O balanço da empresa informa que a receita de venda de gasolina cresceu 75% no trimestre, na comparação anual. Já as vendas de diesel subiram 56%; de Gás liquefeito de petróleo (GLP) – conhecido por gás de cozinha – cresceram 23%; de querosene de aviação avançaram 122%; e de nafta, 76%.
Essa renda obtida por meio dos altos preços dos combustíveis poderia estar sendo usada para investimentos no Brasil. No entanto, o governo Bolsonaro optou em elevar ainda mais os ganhos dos acionistas da Petrobrás, que na sua maioria são estrangeiros e, consequentemente, vão transferir tal renda para o exterior.
Enquanto isto, o povo brasileiro sofre com a explosão dos preços internos da gasolina, diesel, gás, e demais produtos produzidos pela Petrobrás, que estão atrelados ao dólar e a cotação do barril de petróleo no mercado internacional.
Em abril, a prévia da inflação (IPCA-15) registrou a maior alta para o mês desde 1995, com a taxa no acumulado em 12 meses chegando a 12%. Segundo o IBGE, só a gasolina respondeu por mais de um quarto (27,7%) da alta de 1,73% registrada pelo IPCA-15 na passagem de março para abril. No mês passado, o preço da gasolina subiu 7,51%.
Em 12 meses, os preços dos combustíveis no Brasil acumulam alta bem acima do indicador geral: óleo diesel (54,95%), gasolina, (30,12%), gás de botijão (32,45%), gás Veicular (46,26%), gás encanado (35,10%), e etanol (30,55%).