Para as famílias de renda mais baixa, a inflação em outubro avançou de 0,58% para 0,75%, Para os mais ricos, caiu de de 0,33% para 0,27%
A aceleração da inflação em outubro deixou a vida mais cara para as famílias de renda mais baixa. Segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a inflação avançou em todas as faixas de renda – a exceção das famílias de renda alta, na comparação direta com setembro.
De acordo com o Ipea, a alta dos preços dos alimentos e da energia elétrica, no atual patamar vermelho, foi mais significativa para as famílias de mais baixa renda.
Para domicílios cuja renda dos moradores é muito baixa, a inflação avançou de 0,58% em setembro para 0,75% em outubro, também registrando a maior alta no acumulado do ano, de 4,17%. No outro extremo, a inflação para os mais ricos saiu de 0,33% em setembro para 0,27% em outubro, com taxa acumulada de 3,20% no ano.
Os grupos alimentos e bebidas e habitação recuaram na inflação geral, mas ainda não o suficiente para aliviar a renda dos mais pobres, que proporcionalmente gastam mais com alimentação e habitação.
Segundo o Ipea, a alta mensal no preço da carne (5,8%), frango (1,0%), leite (2,0%), óleo de soja (5,1%) e café (4,0%), “explicam, em grande parte, a contribuição positiva desses grupos à inflação de outubro”. O reajuste de 4,7% nas tarifas de energia elétrica contribuíram para a pressão do grupo “habitação”.
Proporcionalmente, quando comparada a inflação de 2024 com o mesmo mês de 2023, a pressão inflacionária também foi bem intensa para os segmentos de rendas mais baixas. No ano passado, a inflação para os mais pobres foi de 0,13%, contrastando com a alta 0,75% em 2024. Na outra ponta, a inflação para as famílias de renda alta recuou de 0,55%, em outubro de 2023, para 0,27%, em outubro de 2024.