Cenoura (195%), tomate (117,48%), abobrinha (86,83%), café moído (65,09%), tubérculos, raízes e legumes (68%) e melão (63,26%), estão entre os preços que dispararam no governo Bolsonaro, depois da carne bovina sumir da mesa do brasileiro
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) do IBGE, considerado uma prévia da inflação oficial no país, os preços de alimentos e bebidas avançaram de 1,95% em março para 2,25% em abril. Em 12 meses, a alta é de 12,85%.
O desempenho do grupo Alimentos e Bebidas foi superior ao do IPCA-15, que apresentou alta de 1,73% em abril e fechou em 12,03% no acumulado de 12 meses. Na passagem de março para abril, Alimentação e Bebidas foi a segunda mais alta no período, atrás do grupo transporte (alta de 3,43%) – influenciado, principalmente, pelo aumento no preço dos combustíveis (alta de 7,54%).
Os preços em Alimentos e Bebidas foram pressionados, principalmente, pelos itens consumidos no domicílio, com alta de 3%. Entre os principais destaques de altas para o mês, estão: tomate (26,17%), melão (23,15%), cenoura (15,02%), tubérculos, raízes e legumes (14,57%), repolho (13,37%), leite longa vida (12,21%), óleo de soja (11,47%), batata-inglesa (9,86%), brócolis (9,65%), couve-flor (8,71%) e o pão francês (4,36%). No resultado em 12 meses, os campeões das altas dos preços são a cenoura ( 195%) e o tomate (117,48%).
Veja abaixo alguns dos itens do dia a dia que subiram nos 12 meses até abril:
· Cenoura (195%)
· Tomate (117,48%)
· Abobrinha (86,83%)
· Café Moído (65,09%)
· Tubérculos, Raízes e Legumes (68%)
· Melão (63,26%)
· Repolho (59,38%)
· Melancia (52,64%)
· Óleo Diesel (52,53%)
· Pimentão (50,18 %)
· Transporte por Aplicativo (47,47%)
· Morango (46,79%)
· Gás Veicular (46,26%)
· Alface (46,22%)
· Melão (40,33%)
· Batata-Inglesa (38,68%)
· Açúcar Refinado (37,66%)
· Pepino (37,03%)
· Açúcar Cristal (36,33%)
· Brócolis (31,23%)
· Óleo de Soja (30,10%)
· Energia Elétrica Residencial (30,16%)
· Gás Encanado (35,10%)
· Hortaliças e Verduras (35,76%)
· Gás de Botijão (32,45%)
· Gasolina (30,12%)
· Etanol (30,55%)
· Fubá de Milho (28,92%)
· Mandioca/Aipim (27,34%)
· Frango em Pedaços (21,65%)
· Maionese (21,39%)
· Margarina (20,65%)
· Sabonete (20,43 %)
· Farinha de Trigo (19,82%)
· Leite Longa Vida (18,52%)
· Frango Inteiro (16,01%)
· Frutas (15,73%)
· Ovo de Galinha (15,69%)
· Vestuário (14,80%)
· Contrafilé (14,74%)
· Queijo (14,15%)
· Biscoito (12,96%)
· Cebola (12,52%)
· Papel Higiênico (11,21%)
· Pão Francês (11,16 %)
· Carnes (9,06%)
· Músculo (8,79%)
· Acém (7,89%)
Com os preços dos alimentos dolarizados, os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis e da energia – que elevam os custos do frete e os custos da produção -, somada à desorganização das cadeias logísticas globais, a inflação no governo Bolsonaro é generalizada, corroendo o poder de compra da população, mas agravando ainda mais as condições de vida da população mais carente do país.
Em 2021, o Brasil encerrou o ano com um total de 33,8 milhões de trabalhadores – 36% do total de ocupados – com renda mensal de até 1 salário mínimo. O maior contingente já registrado na série histórica iniciada em 2012, segundo um levantamento da LCA Consultores, com base nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do trimestre encerrado em dezembro de 2021. Em um ano, o salto foi de 12,2%, ou 4,4 milhões de pessoas a mais.
Nesse intervalo de tempo, a renda média do trabalho encolheu 10,7%, para R$ 2.447 – menor valor da série histórica, iniciada em 2012. Porém, esse valor não foi alcançado por muitos dos 38,9 milhões de brasileiros – registrados a época – que estavam alocados no trabalho informal (pessoas que vivem dos populares bicos – vendem água, doces, entre outros produtos, nas ruas, em estações de metrô, rodoviárias e semáforos, ou que vivem de outros tipos de trabalho precário), sem carteira de trabalho e qualquer direito trabalhista. Para eles, a remuneração mensal não chega sequer ao valor do salário mínimo, que até o final de 2021 estava em R$ 1.100 e subiu em 2022 para R$ 1.212.