O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), defendeu a expulsão de Aécio Neves do partido. “É um ou outro. É incompatível”, afirmou o prefeito.
“Primeiro, já me manifestei diversas vezes no sentido da expulsão do deputado Aécio Neves do partido. Recentemente, o diretório municipal aqui da capital também enviou ofício à direção nacional do partido solicitando que fosse aberto um processo dentro do conselho de ética do PSDB. E, se o diretório do PSDB de Belo Horizonte quer a minha expulsão, essa é uma boa decisão então que fica agora para o PSDB nacional. Ou eu ou Aécio Neves no partido”, afirmou Bruno Covas em um evento na quarta-feira (10).
O diretório do PSDB de Minas Gerais ameaça retaliar os paulistas que defendem a expulsão de Aécio.
Na semana passada, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) tornou-se réu no caso da propina da JBS. A Justiça Federal de São Paulo ratificou a denúncia feita pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o agora deputado mineiro.
Aécio Neves virou réu por corrupção passiva e tentativa de obstrução judicial. O caso estava sob investigação no STF e foi transferido para São Paulo após a corte decidir que o foro por prerrogativa de função dos parlamentares refere-se apenas a crimes cometidos no cargo e em função dele. Segundo a investigação, a irmã de Aécio e o próprio deputado pediram, em 2017, propina de R$ 2 milhões à JBS, que foram repassados em dinheiro vivo divididos em quatro parcelas. O tucano defendia os interesses da JBS no Senado.
Em outro processo, o juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, determinou em maio o bloqueio de R$ 128 milhões do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) por ter pedido e recebido propinas da JBS a partir da campanha eleitoral de 2014, na qual disputou a Presidência da República.
Em maio de 2017, após divulgação de conversas gravadas, nas quais ele aparecia pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, dono da JBS, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o então senador por corrupção. Por uma decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo pedido da PGR, Aécio foi afastado do Senado.
Ele retornou ao cargo no final de junho, sendo novamente afastado por decisão da Primeira Turma do STF, em 26 de setembro. Em outubro, por 44 votos a 26, o Senado derrubou a decisão do STF e o tucano retornou ao cargo no Senado.
Sua irmã e assessora, Andreia Neves, foi presa e liberada um mês depois.
Desgastado, Aécio Neves preferiu se candidatar a deputado federal em outubro de 2018 em vez de tentar a reeleição para o Senado.
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