O prefeito de Dallas, Mike Rawlings, voltou atrás de sua declaração inicial sobre a presença de Bolsonaro na cidade do Texas, nos Estados Unidos. Na quarta-feira (15), ele avisou que, além de não dar as boas-vindas à comitiva do brasileiro, não participaria de nenhum evento da visita.
Bolsonaro tinha dito na semana passada que se não pôde ser “bem recebido em Nova York, seremos no Texas”. Mas não tem sido assim. Antes, Mike Rawlings já tinha falado que o receberia, mas que “discorda fortemente de algumas das posições declaradas do presidente Bolsonaro”.
A princípio, o prefeito havia adotado um tom mais conciliador. Ele dissera que, apesar de não concordar com as políticas de Bolsonaro, em respeito aos brasileiros o presidente eleito mereceria as boas-vindas. Mike Rawlings é do partido Democrata e deixa o cargo em junho.
Foi o chefe do escritório de comunicação da prefeitura, Scott Goldstein, quem confirmou a informação à jornalista Lúcia Guimarães, da revista Veja. Ele informou que o prefeito tomou a decisão diante de um abaixo-assinado de sete dos 14 vereadores da cidade.
A iniciativa do abaixo-assinado partiu do vereador Omar Narvaez, que liderou um protesto na calçada do edifício do World Affairs Council, local onde Bolsonaro recebe nesta quinta (16) o prêmio “Personalidade do Ano”.
A premiação, conferida pela Câmara de Comércio Americana-Brasileira, seria entregue a Bolsonaro em Nova York, na terça-feira (14), mas sua presença na cidade foi rechaçada por ambientalistas e pelo próprio prefeito nova-iorquino, Bill de Blasio.
O Museu Americano de História Natural de Nova York, onde inicialmente a homenagem iria ser realizada, desistiu de sediar o evento, após pressão da comunidade acadêmica e funcionários da instituição. A companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times, que tinham topado apoiar a festa, também recuaram.
A alternativa ao Palácio do Planalto, que chegou a cancelar a viagem de Bolsonaro aos EUA, foi recorrer aos préstimos da cidade texana, mais conhecida por ter sido palco do assassinato do presidente John Kennedy em novembro de 1963.
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