“Nós estamos perdendo muito petróleo para a Guiana francesa, que está absorvendo esse petróleo”, apontou o senador Omar Aziz (PSD-AM). Segundo Aziz, “o presidente disse que vai também realizar essa obra importante”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça-feira (12) com o prefeito reeleito de Manaus, David Almeida (Avante), e com os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM) para discutir os planos da Petrobrás para a exploração de petróleo na região conhecida como Margem Equatorial do Brasil.
Após o encontro com o presidente da República, o senador Omar Aziz afirmou que é preciso avançar nos estudos da estatal porque o país estaria perdendo. “Nós estamos perdendo muito petróleo para a Guiana francesa, que está absorvendo esse petróleo. Isso é um campo só”, apontou. Segundo Aziz, “o presidente disse que vai também realizar essa obra importante”.
Já de acordo com o senador Eduardo Braga, o presidente teria dito que o licenciamento para a Petrobrás realizar prospecções na região deve sair.
O encontro entre Lula e os representantes do Amazonas ocorre em meio à participação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP 29), em Baku, no Azerbaijão. Lula não foi ao evento e está sendo representado por Geraldo Alckmin.
Recebi o prefeito reeleito de Manaus, @DavidAlmeidaAM, ao lado dos senadores @OmarAzizSenador e @EduardoBraga_AM, e do ministro @padilhando. Falamos dos projetos importantes pro povo amazonense e da parceria com o governo federal no novo mandato. Bom trabalho.
— Lula (@LulaOficial) November 12, 2024
No planejamento estratégico, a companhia prevê investimento de US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços na Margem Equatorial – área que se estende pela costa do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte – no período de 2024 a 2028.
Um dos focos é na região chamada de Foz do Amazonas, mas a exploração é muito distante da foz. A estatal possui projeto para perfuração de poço a cerca de 500 km da foz do Amazonas e a 170 km da costa do Amapá. Além disso, as reservas estariam a 2.880 metros de profundidade.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vetou a exploração de petróleo e pediu mais informações à Petrobrás sobre planos para produção na região. Isso gerou críticas de vários setores da sociedade contra a decisão do órgão.
Desde maio de 2023, a petrolífera não consegue obter autorização do Ibama, que alega supostos “potenciais riscos ambientais” na exploração de petróleo na Margem Equatorial.
Allan Kardec, professor universitário, mestre, doutor e pós-doutor e presidente da Gasmar, empresa de gás do Maranhão, teceu duras críticas ao Ibama.
“Para quem leu, está claro que não é um parecer técnico, mas um documento com fortes resíduos de setores ideológicos do Ibama, hoje marcado por uma divisão. Foram 26 assinaturas de ativistas, a maioria não são nem técnicos da área de exploração de petróleo. Esses ativistas agem de forma obediente aos interesses da Europa”, criticou Kardec.
O senador Davi Alcolumbre (União-AP), candidato à Presidência do Senado, e o presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Capelli, manifestaram-se contra o Ibama e defenderam a exploração do petróleo da Margem Equatorial.
Cappelli se pronunciou nas redes sociais com o argumento de que o Brasil “não pode abrir mão de suas riquezas”.
“A Guiana cresceu 38% em 2023, foi o país que mais cresceu no mundo. Mas o Brasil não pode. Empresas dos EUA estão lá explorando petróleo, mas Petrobrás não pode”, provocou Capelli.
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