Prefeitos formalizam consórcio para comprar vacinas; Marta Suplicy assume Relações Internacionais

Consórcio foi criado diante da falta de ação do governo federal para a compra de vacinas - Foto: Reprodução

Os prefeitos das cidades brasileiras formalizaram em assembleia na última segunda-feira (29) a criação do consórcio Conectar para a compra de vacinas contra o coronavírus diante da inação do governo federal para garantir a imunização dos brasileiros.

O Conectar foi liderado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e instituído com a adesão de mais de 1,8 mil municípios, com Projetos de Lei aprovados em suas Câmaras Municipais. Também já conta com a manifestação de interesse de mais de 2,6 mil municípios, sendo 25, das 27 capitais brasileiras.

A presidência do consórcio ficará sob a responsabilidade do atual prefeito de Florianópolis (SC), Gean Loureiro. Já a vice-presidência de Cooperação Internacional, responsável pela articulação da compra de vacinas com laboratórios estrangeiros e outros países, será dirigida pela ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, que foi indicada como representante do atual prefeito paulistano, Bruno Covas.

O prefeito de Belém (PA), Edmilson Rodrigues, e a prefeita de Palmas (TO), Cinthia Ribeiro, assumiram a primeira e segunda vice-presidência, respectivamente.

“A Prefeitura de São Paulo fica feliz de participar deste consórcio para levarmos vacina à população. É um sonho de todos os prefeitos ter vacina para imunizar a sua população. Ontem em SP, 120 mil pessoas foram vacinadas e temos disposição, espaço e profissionais para vacinar 600 mil por dia. Imagina o quanto teríamos avançado se tivéssemos vacina para isso. Temos feito esforços na área internacional para alavancar a compra de vacinas nas três frentes possíveis. Nas relações bilaterais com os Estados Unidos, com as relações multilaterais com a ONU e a OMS, e também com empresas e laboratórios”, destacou o prefeito Bruno Covas ao indicar a sua secretária de Relações Internacionais para representar São Paulo no Conectar.  

“Hoje foi instalado o consórcio Conectar. Uma associação de 1.890 municípios, cada um com mais de 80 mil habitantes, o que torna este, talvez o maior consórcio mundial de saúde. Certamente o maior brasileiro. O consórcio terá como representante internacional o prefeito Bruno Covas, que me indicou como sua representante. A partir de agora, faremos todas as relações necessárias para trazer as nossas vacinas”, destacou Marta, em vídeo divulgado nas suas redes sociais, sobre a tarefa do próximo período.

O presidente eleito do consórcio, Gean Loureiro, afirmou que assume a presidência da diretoria do Consórcio Conectar “esse é o maior desafio da minha vida pública, com início aos 18 anos. Estamos falando de um dos desejos mais antigo da política municipalista do nosso país. A formação de um consócio com essa envergadura era algo inimaginável. Mas, os desafios do momento crítico em decorrência da Covid-19, permitiu uma atuação mais firme de todos os prefeitos nessa união de esforços”.

Ele destacou que a expectativa vai além do consórcio de vacinas. “Estamos falando da possibilidade, também, de fazer a aquisição de insumos e medicamentos para o país, com preço mais acessível e com a condição muito melhor de entrega para os municípios”, destacou Gean.

Desde a sua formação em 22 de março, membros do Conectar já têm mantido agenda intensa de trabalho. O Consórcio se reuniu, na segunda-feira (29), com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. No encontro, os prefeitos consorciados manifestaram a intenção de colaborar com o Programa Nacional de Imunização (PNI), coordenado pela pasta. “O Conectar aposta na solidariedade federativa, na cooperação entre União, Estados e municípios, para vacinar a população brasileira com a máxima urgência, respeitando-se as prioridades do PNI”, disse Gean Loureiro. O consórcio Conectar conta com a consultoria técnica da epidemiologista Carla Domingues, que esteve à frente do PNI por dez anos.

Já existem também tratativas com a OPAS/OMS para que interceda junto ao Covax Facility a ampliação da participação na aquisição de vacinas e antecipação das entregas. O governo brasileiro, quando aderiu ao Covax Facility, tinha opções de adquirir doses equivalentes a 40% da sua população, mas optou por apenas 10%.

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