“Estão, como se diz no dito popular, como baratas tontas tentando há quase quatro anos efetuar alguma entrega para os caminhoneiros e não fizeram nada vezes nada!”, criticou o líder da Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros, Nereu Crispim
O líder da Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros, deputado Nereu Crispim (PSD-RS), apontou nesta quinta-feira (23), que só com o fim do PPI, política que fixa os preços dos combustíveis da Petrobrás ao dólar e aos preços internacionais do barril de petróleo, o problema dos preços extorsivos nos combustíveis será resolvido. Em nota, o parlamentar destacou que o “voucher” para os caminhoneiros proposto pelo governo Bolsonaro, além de não resolver o problema, é “chantagem eleitoral”.
“Caminhoneiro não quer assistencialismo para ficar refém de político que a qualquer momento pode fazer chantagem eleitoral! Quer política sustentável para administrar seu negócio sem interferência estatal!”, afirmou Crispim. “Nem (voucher de ) 5 mil reais resolve! O que resolve é o presidente Jair Bolsonaro cumprir a promessa de campanha de 2018 de suspender a resolução 05/2017 que criou o PPI!”, defendeu.
Crispim lembrou, ainda, que “há inclusive algumas vedações para criar essas mágicas assistencialistas devido a ser ano eleitoral! Vamos aguardar a presepada que irão inventar! Estão, como se diz no dito popular, como baratas tontas tentando há quase quatro anos efetuar alguma entrega para os caminhoneiros e não fizeram nada vezes nada!”, criticou o deputado.
Bolsonaro só tem feito jogo de cenas frente à explosão dos preços dos combustíveis. Inventa narrativas – como culpar o ICMS dos Estados, culpar dirigentes da estatal – cuja maioria é do próprio governo, para não tocar na política de preços da Petrobrás que só tem engordado os ganhos dos acionistas da estatal – na maioria estrangeiros – e importadores de derivados de petróleo.
O ICMS está congelado desde novembro de 2021. Neste período, o governo permitiu que os preços dos combustíveis continuassem subindo nas refinarias da Petrobrás. O Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) aponta que, só no caso do diesel, aumentou mais de 67% o seu valor. Foram quatro aumentos de janeiro até junho, enquanto no mesmo período o ICMS está congelado, em nada contribuindo com essas elevações.
“O que está acontecendo no Brasil, essa escalada do aumento no preço dos combustíveis não tem, absolutamente, nada a ver com o ICMS. Tanto é que a tragédia anunciada pela Petrobrás com um novo aumento já era mencionada há bastante tempo pelos Estados”, afirmou o presidente do Comsefaz, Décio Padilha, ao afirmar que o problema é a política de preços adotada pela Petrobrás.
Entre as encenações de demitir presidentes da estatal e conselheiros, dirigentes que ele mesmo indicou, a política de preços de paridade de importação (PPI) na Petrobrás se manteve ilesa. De acordo com um levantamento feito pela GloboNews com base em dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nos postos cresceu 74%, de R$ 3,95 para R$ 6,89, desde que Bolsonaro demitiu Roberto Castello Branco da presidência da estatal, em fevereiro de 2021. Castello Branco foi o primeiro presidente da estatal indicado por Bolsonaro.