
A Presidência da República organizou uma reunião com médicos sem chamar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
O ministro foi surpreendido na noite de terça-feira (31) quando alguns médicos amigos seus, que estão na linha de frente do combate ao coronavírus, informaram terem sido chamados pela Presidência da República para uma reunião presencial.
Os médicos queriam saber se Mandetta estava ciente e se iria ao encontro.
Mandetta respondeu que não iria porque não estava sabendo. E questionou se o convite era para um encontro presencial, o que classificou como um erro no momento em que os profissionais estavam dedicados no combate ao coronavírus e a orientação internacional é para evitar deslocamentos.
Segundo o blog de Andréia Sadi, no G1, a resposta dos médicos a Mandetta foi positiva.
O ministro da Saúde ficou indignado com a situação e procurou o ministro da Casa Civil, Braga Neto, que disse a Mandetta não saber de reunião alguma.
O ministro afirmou a Braga Neto que não adiantava chamá-lo de última hora porque ele não iria à reunião para discutir o uso de cloroquina no combate ao coronavírus, como defende Jair Bolsonaro e seus filhos.
Ainda segundo o blog, Mandetta disse a aliados, nos bastidores, acreditar que a reunião seja uma ideia da área de “marketing” do Planalto para “bater uma foto” com os principais médicos do país.
No Ministério da Saúde, a equipe avaliou na quarta-feira (1) que há uma tentativa de se criar um “governo paralelo” para provar uma “tese” sobre o uso da cloroquina no combate ao coronavírus.
O ministro aguarda o desdobramento da convocatória para a reunião com médicos e desaconselhou profissionais a comparecerem ao encontro presencialmente.