Evento organizado por estudantes brasileiros de Harvard e MIT (EUA) reuniu Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB-SP), Eduardo Leite (PSDB), Luciano Huck e Fernando Haddad (PT)
Prováveis candidatos à Presidência da República, em 2020, Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB-RS), Fernando Haddad (PT) e Luciano Huck (sem partido) participaram de um debate organizados por estudantes brasileiros de Harvard e MIT e criticaram a política criminosa de Jair Bolsonaro contra o Brasil.
Durante o encontro, os presidenciáveis reafirmaram compromisso com a democracia e com as políticas de combate à pandemia, como a vacinação da população e o isolamento social.
O governador de São Paulo, João Doria, disse que “faremos uma corrente democrática para vencê-lo no voto” porque Jair Bolsonaro, a quem chamou de “facínora genocida”, “tem propensão absoluta para ser ditador”.
Doria, que fez esforços para desenvolver, através do Instituto Butantan, uma vacina contra o coronavírus, acredita que o governo federal devia ter caminhado no mesmo sentido. “O governo Bolsonaro errou gravemente ao não fazer a compra de várias vacinas desde agosto do ano passado. Negou a vacina, negou a pandemia e o direito à vida de milhares de brasileiros”.
Bolsonaro atacou diversas vezes os governadores que tomaram medidas de distanciamento social em seus estados e tem utilizado de sua milícia digital para tentar jogar a população contra eles.
Para Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, essa é uma prática antidemocrática. “Mentiras, fake news, desestabilização da relação com a polícia militar são formas de tentar subtrair poderes dos governadores e outras instituições”, disse.
O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, chamou Bolsonaro de “fascista” e “genocida boçal”. “O delírio do Bolsonaro é formar uma milícia para resistir de forma armada à derrota eleitoral que se aproxima”, avaliou.
O apresentador Luciano Huck apontou que os presidenciáveis devem fazer um esforço para achar pautas em comum ao invés daquelas que os distanciam. “Vamos ter que fazer concessões, iluminar o que nos conecta e não o que nos afasta. Vamos ter que deixar de lado nossas vaidades e exercitar nossas humildades”.
Os quatro presidenciáveis assinaram, no fim de março, um “manifesto pela democracia” no qual também denunciavam as intenções golpistas de Jair Bolsonaro e defendiam a Constituição Federal. O documento também continha as assinaturas do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e João Amoêdo (Novo).
O ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, do PT, prestou solidariedade aos governadores que têm sofrido “ataques indignos” e “intoleráveis” de Bolsonaro.
Para Haddad, Bolsonaro ataca os governadores porque eles “querem para o país algo diferente do que o presidente está oferecendo”.
Eles “não podem sofrer o tipo de ataque que estão sofrendo. Isso é indigno da nossa democracia. Não pode ser tolerado por nenhuma força política. Passou de todos os limites. Todo mundo aqui merece ser respeitado”, enfatizou.
O evento Brazil Conference foi mediado pelo cientista político e ex-secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Hussein Kalout, e pela jornalista Eliane Catanhêde.