O presidente Lula afirmou que o Brasil vai participar da Opep+, que reúne os maiores produtores de petróleo do mundo, e levar a discussão da transição energética.
“Eu acho importante a gente participar [da Opep+] porque precisamos convencer os países produtores de petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis”, falou Lula
A ideia do presidente é que esses países consigam “aproveitar o dinheiro que eles lucram com petróleo e fazer investimento para que um continente como o africano, como a América Latina, possa produzir os combustíveis renováveis que eles precisam, sobretudo o hidrogênio verde. Se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer que vai acabar com os combustíveis fósseis”, afirmou.
A Opep+, para a qual o Brasil foi convidado para participar a partir de janeiro de 2024, é uma “extensão” da Organização dos Países do Petróleo (Opep).
“O Brasil não vai participar da Opep, o Brasil vai participar da chamada Opep+. É que nem eu participar do G7. Eu participo do G7 desde que eu ganhei a Presidência da República. É G7+. Eu vou lá, escuto, só falo depois que eles tomarem a decisão e venho embora. Eu não apito nada”, explicou o presidente Lula.
Os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do Meio Ambiente, Marina Silva, também deram declarações enfatizando o papel do Brasil na discussão sobre transição energética.
Silveira publicou que o Brasil pode “liderar países produtores de petróleo para acelerar a transição energética”.
Marina Silva declarou que “o Brasil pode ter uma matriz energética 100% limpa e ajudar o mundo a que também faça sua transição energética com hidrogênio verde”.
A Opep é composta por Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Venezuela, Argélia, Angola, Congo, Emirados Árabes Unidos, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia e Nigéria.
A Opep+ conta também com a participação do Brasil, Rússia, Cazaquistão, Bahrein, Brunei, Malásia, Azerbaijão, México, Sudão, Sudão do Sul e Omã.
Lula está nos Emirados Árabes participando da Conferência do Clima da ONU (COP28) e defendeu mais investimentos para o combate à fome e para a preservação ambiental.
“Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta? Somente no ano passado, o mundo gastou mais de US$ 2,224 trilhões em armas, quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática”, disse.
“Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas? A conta da mudança climática não é a mesma para todos. E chegou primeiro para as populações mais pobres”, acrescentou.
Na avaliação do presidente, “o planeta já não espera para cobrar da próxima geração. O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos. De metas de redução de emissão de carbono negligenciadas. Do auxílio financeiro aos países pobres que não chega, de discursos eloquentes e vazios. Precisamos de atitudes concretas”.