A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal realizou um debate sobre a reforma da Previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes.
O presidente da Associação Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), Floriano Martins de Sá, disse que 80% da economia pretendida por Paulo Guedes será nas costas dos pobres, tirando “dinheiro das famílias mais humildes”. Como lembrou, 70% das aposentadorias são de um salário mínimo (R$ 998), que é o piso das aposentadorias. Para ele, se for aprovada pelo Congresso, “a reforma da Previdência vai empobrecer ainda mais o país”.
O pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG), Tadeu Alencar Arrais, afirmou que a reforma ignora a “diferença de renda que existe entre as regiões e até mesmo entre estados”. O professor é coautor do “Pequeno atlas da tragédia previdenciária brasileira”, que foi bastante citada pelos debatedores.
Para o vice presidente de Assuntos Parlamentares da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp), Vinicius Barile, ao contrário do que diz o governo, a reforma da Previdência não combate nenhum privilégio e ataca o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), “do qual muitas famílias dependem para sobreviver”.
O senador Paulo Paim (PT-RS), que conduziu o debate na CDH, na segunda-feira (17), afirmou que o Senado vai esmiuçar todo e qualquer projeto do governo que atinja os mais pobres e que o Congresso não servirá de “casa carimbadora” dos projetos de Bolsonaro.