O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alex Carreiro, deixou a função apenas uma semana depois de sua nomeação. O anúncio da saída, feito por meio das redes sociais pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ocorreu na quarta-feira (9).
“O sr. Alex Carreiro pediu-me o encerramento de suas funções como presidente da Apex. Agradeço sua importante contribuição na transição e no início do governo. Levei ao presidente Bolsonaro o nome do embaixador Mário Vilalva, com ampla experiência em promoção de exportações, para presidente da Apex”, escreveu Araújo em sua conta no Twitter.
Carreiro mostrou a deputados do PSL troca de mensagens pelo WhatsApp que compravam que ele não pediu demissão como disse Araújo.
Carreiro, que foi assessor do PSL no Congresso, chegou ao cargo por sua amizade com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), um dos filhos de Jair Bolsonaro.
A demissão repentina provocou uma crise no governo, com a recusa de Carreiro em deixar o cargo e um mal-estar entre o ministro das Relações Exteriores e o Palácio do Planalto. Ele chegou a ir ao Planalto na manhã da quinta tentar um encontro com Bolsonaro, mas não foi recebido. O presidente da Apex pretendia apelar a Bolsonaro por sua permanência no cargo.
O desconforto no Planalto com a saída de Alex Carreiro é atribuído ao fato de Araújo não ter avisado previamente Bolsonaro de que iria demiti-lo, já que a indicação dele para o cargo foi de um dos filhos de Bolsonaro. No Itamaraty, a reação de Carreiro causou apreensão e o temor de que o próprio Araújo perdesse o cargo no embate com o então presidente da Apex.
O estopim da crise teria sido a decisão de Carreiro de demitir 17 pessoas em sua chegada e estar planejando o afastamento de mais 19, inclusive funcionários com mais de dez anos de casa. O afilhado de Eduardo Bolsonaro alegou que estava colocando em prática a ordem de “despetização” da máquina pública na agência. Ele chegou a ter uma áspera discussão com Letícia Catellani, ex-dirigente do PSL, que assumiu a diretoria da Apex há três dias. Ela não gostou de saber da demissão dos servidores sem ter sido consultada.
Pesou ainda contra o ex-presidente da Apex sua falta de experiência em comércio exterior e promoção comercial, além de nunca ter ocupado qualquer cargo relevante na administração federal. Segundo comentários internos, ele também não é fluente em inglês.
Vilalva, indicado para substituir Carreiro, é atualmente embaixador em Berlim. O diplomata entrou no Itamaraty em 1976 e já serviu nas embaixadas em Washington, Roma, Lisboa e Santiago, entre outras. Entre 2000 e 2006 foi o diretor-geral do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty.
Gostei muito das notícias que são relevantes para o conhecimento dos cidadãos brasileiros!