“A manutenção de taxas altas prejudica toda a economia e a população brasileira, pois compromete a capacidade de o país acelerar investimentos, abrir novos postos de trabalho e ampliar a renda das pessoas”, afirma Ricardo Alban
“Com custo de crédito alto, limitando o consumo e o investimento, é fundamental que o Banco Central retome a tão necessária trajetória de redução da Selic”, defende a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central paralisou a redução da taxa básica de juros da economia Selic na última reunião em junho, mantendo a Selic em 10,50% ao ano e o Brasil com o segundo maior juro real (descontada a inflação) do planeta. Nesta quarta-feira (31), o comitê anuncia o novo patamar da Selic.
Segundo Ricardo Alban, presidente da CNI, “a manutenção de taxas altas prejudica toda a economia e a população brasileira, pois compromete a capacidade de o país acelerar investimentos, abrir novos postos de trabalho e ampliar a renda das pessoas”.
“A indústria é uma das maiores prejudicadas pelo nível das taxas de juros, que dificulta investimentos e a ampliação de capacidade produtiva. No fim, os brasileiros perdem em oportunidades de emprego e aumento de renda, comprometendo o bem-estar da população. Sem reduzir os juros, ficaremos presos nessa armadilha”, afirma Alban.
A CNI destaca que, além da Selic elevada, “ainda lidamos com a questão do spread bancário altíssimo, que faz com que o crédito seja ainda mais caro e com pouca oferta no mercado”, colocando o Brasil com o terceiro maior spread bancário do mundo, de 27,4%, perdendo apenas para o Zimbábue e Madagascar, segundo dados do Banco Mundial. Como exemplo, a entidade cita o Peru, com spread de 7,8%, ou seja, 3,5 vezes menor que o brasileiro.
Com os juros elevados, o volume de crédito oferecido ao setor produtivo equivale a 86,2% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto na Zona do Euro e nos Estados Unidos corresponde a, respectivamente, 148,6% e 150,1% do PIB, de acordo com o Bank for International Settlements (BIS).