O presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ), Orlando Diniz, foi preso na manhã desta sexta-feira (23) pela Operação Jabuti, uma etapa da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio. Segundo as investigações, Diniz está envolvido no esquema de lavagem de dinheiro da organização criminosa comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
Diniz deixou o prédio no Leblon, na Zona Sul, sob vaias e gritos da vizinhança de “ladrão”. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de até R$ 30 milhões em bens dele. Outras três pessoas ligadas à entidade também foram presas.
Segundo a PF, a entidade pagou R$ 180 milhões em honorários a escritórios de advocacia, destes, R$ 20 milhões foram destinados ao escritório de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral. Para os investigadores, o escritório de Ancelmo foi usado para repasses de propina de diversas empresas. Outro escritório contratado foi o Teixeira, Martins & Advogados, de Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, que defende o ex-presidente Lula na Lava Jato. Ele recebeu R$ 68 milhões dos R$ 180 milhões. Os dois escritórios não explicaram os altíssimos valores recebidos. Em nota o advogado de Lula, Cristiano Zanin, afirmou que “o escritório tomará todas as providências cabíveis em relação à divulgação e manipulação desses dados pelo Ministério Público Federal”.
A Operação também investiga pessoas receberam por anos salários da Fecomercio-RJ, mas não trabalham para a entidade. “Algumas dessas pessoas, na verdade, trabalhavam para o ex-governador preso [Cabral], e outras são familiares próximos de outros membros da organização criminosa”, disse a polícia em nota.
Entre os familiares, há irmãos e mulheres de operadores de Cabral, e entre funcionários do próprio ex-governador há uma chef de cozinha e uma governanta. No total, foram gastos mais de R$ 7,6 milhões com salários a funcionários-fantasmas. Os envolvidos são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro e de corrupção.