O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na sexta-feira (24). A informação foi divulgada pelo próprio banco.
O economista doutor pela Universidade de Chicago foi escalado por Guedes para presidir o Banco do Brasil com a missão de desmontar o histórico banco do povo. Em março do ano passado Novaes declarou em seminário na Fundação Getúlio Vargas: “estou convencido de que o Banco do Brasil deveria se privatizado”. Em seguida defendeu a privatização da Caixa Econômica Federal e da Petrobrás.
Na histórica reunião ministerial do dia 22 de abril, tornada pública após decisão do Supremo Tribunal Federal, Guedes defendeu a privatização do Banco do Brasil. Sob risos de Bolsonaro, Paulo Guedes afirmou que “o Banco do Brasil é um caso pronto de privatização” e que “tem que vender essa porra logo”. Provocando seu colega de Chicago a “confessar o seu sonho” de privatizar o banco, foi interrompido por Bolsonaro que disse para Novaes confessar depois, em 2023.
No mês passado, Rubem Novaes voltou a defender a privatização do Banco do Brasil em audiência na Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à Covid-19 do Congresso Nacional.
“Hoje o Banco do Brasil já tem 50% das suas ações em mãos privadas. É só vender mais um pouco que vira uma instituição privada. Vamos fazer do BB uma corporation. Muitos sócios”, disse Novaes a deputados e senadores no dia 8 de junho.
Em sua fala, Novaes atacou os servidores do Banco do Brasil, dizendo que está amarrado no “setor público”, que preferia contratar profissionais de fora e não pode. “Não podemos pinçar no mercado uma pessoa para cumprir determinada tarefa”, reclamou.
Defendeu também a transformação do banco em “uma empresa de tecnologia que presta serviços e corre riscos bancários”. “É pensando no benefício do banco que falo em privatização”, declarou.
Segundo ele, benefício do banco é buscar “atividades em que se remunera melhor”, nesse sentido, ajudar os “desesperados” diante da pandemia da Covid-19, nem pensar.