O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, foi denunciado pelo procurador da República Ivan Marx e pelo delegado Luiz Carlos Zampronha, no âmbito da operação Pausare, por parecer favorável em investimentos, com prejuízos de R$ 109 milhões contra o Fundo de Aposentadoria Complementar dos funcionários dos Correios , o Postalis.
A aplicação recomendada foi em Cédulas de Crédito Imobiliário da Mudar Master II Participações, entre 2010 e 2011. Rabello era sócio e um dos três membros do comitê da SR Rating que deu parecer técnico favorável a compra dos papéis.
O executivo prestou depoimento à Polícia Federal (PF), na quinta-feira (1), em Brasília. Um dos endereços de Rabello de Castro, no Rio de Janeiro, foi alvo de busca e apreensão e os sigilos bancário e fiscal foram quebrados.
É uma situação inédita, conforme relatório: “Nenhuma parcela de juros ou amortizações dos títulos foi honrada. As empresas que receberam os investimentos não fizeram nenhum pagamento ao Postalis, tendo todo o dinheiro do fundo de pensão simplesmente desaparecido. O total fracasso dos investimentos é o principal indicativo da ocorrência de fraude na avaliação dos papéis”.
Fundos de Pensão das Estatais, controlados pelo PT e PMDB, nos últimos 15 anos, foram responsáveis por investimentos desastrados, cujos resultados desse tipo já causaram perdas significativas ao patrimônio dos mesmos, neste caso do Postalis, um rombo de R$ 6 bilhões. Para cobrir essas perdas, funcionários da ativa e aposentados arcam com descontos adicionais em seus contra cheques.
Recentemente Rabello anunciou sua pré-candidatura a presidente da República nas próximas eleições.