Na elevação do mínimo, concedida por Gabriel Boric, houve aumento real – acima da inflação – que nos últimos 12 meses atingiu 9,4%
Após uma reunião com representantes da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT-Chile), o Governo do Chile anunciou um aumento do salário mínimo nacional para maio, que o fixa em 380 mil pesos chilenos (2.244 reais), e que em agosto chegará a 400 mil pesos chilenos (2.363 reais), englobando um aumento de 14,3%.
O ministro da Fazenda chileno, Mario Marcel, informou que “caso a inflação acumulada em 12 meses até dezembro de 2022 ultrapasse 7%, a renda mensal aumentará para 410.000 pesos (cerca de 2 420 reais) a partir de janeiro de 2023. Junto com esses reajustes da renda mínima, também nas mesmas proporções e datas será reajustado o rendimento mínimo dos trabalhadores com menos de 18 e mais de 65 anos”, e esclareceu que o subsídio único familiar e o abono de família também terão essa proporção de aumento.
Foi avaliada como positiva a preocupação do governo do recém eleito presidente Gabriel Boric em melhorar as condições de vida da população e enfrentar a inflação. Nos últimos 12 meses, a inflação no Chile atingiu 9,4%, bem acima da média dos últimos anos, que ficou em torno de 5%. Em março foi de 1,9%, a maior taxa mensal do país desde 1993.
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Além disso, Mario Marcel sustentou que, no caso das micro e pequenas empresas, o Estado lhes concederá “uma compensação transitória” para amortecer o aumento real da renda mínima mensal.
O ministro também destacou que será criado um observatório do valor da cesta básica para o público com o objetivo de proteger esses produtos contra um aumento inflacionário.
REUNIÃO COM CENTRAL UNITÁRIA DOS TRABALHADORES
Sobre o encontro com a CUT, o ministro destacou que é motivo de “particular satisfação” poder chegar a um acordo em sua primeira negociação formal com os trabalhadores e a “materialização de parte importante da agenda” do programa do presidente Gabriel Boric.
A ministra do Trabalho e Previdência Social, Jeannette Jara, também participou do encontro, e agradeceu à CUT “a disposição” de buscar um bom ponto de acordo para “as centenas de milhares de trabalhadores” que ganham salário mínimo.
Por sua vez, o presidente da CUT, David Acuña, disse que este é “um grande avanço” na proteção dos direitos dos trabalhadores.
“Começamos a construir um verdadeiro diálogo, saudamos esta instância e esperamos continuar avançando, temos uma voz forte, somos uma contraparte que nos permite poder avançar”, concluiu.