Na mesma fala em que disse pretender invadir Canadá, Groenlândia e Panamá, Trump provocou sugerindo que o Golfo do México deveria passar a se chamar ‘Golfo da América’
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse ironicamente que os Estados Unidos deveriam ser chamados de “América Mexicana”, em resposta à bravata de Trump que disse querer mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”.
“Obviamente o Golfo do México é reconhecido com esse nome pelas Nações Unidas. Por que não os chamamos de América Mexicana [aos Estados Unidos]? Parece bom, não é?”, disse a presidente em entrevista coletiva enquanto apontava para um mapa colonial da região, datado de 1607, onde se lia o nome “América Mexicana” estampado em parte do que atualmente é a região sul dos EUA. Antes da Guerra Mexicano-Americana, de 1846 a 1848, os territórios que são hoje os Estados da Califórnia, Texas e Arizona pertenciam ao México.
Na terça-feira (7), Trump tinha dito que gostaria de renomear o Golfo do México quando assumir a presidência em 20 de janeiro. “Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, que tem um som agradável. É apropriado. E o México tem que parar de deixar milhões de pessoas entrarem em nosso país”, provocou ele, acrescentando que o país vizinho é governado por cartéis de drogas.
“NO MÉXICO O POVO ESTÁ NO COMANDO”
Em resposta a essa última afirmação desrespeitosa, Sheinbaum retrucou dizendo que “no México o povo está no comando”.
“Estamos lidando com o problema de segurança”, acrescentou a presidente.
Sobre a promessa de Trump, em novembro passado, de impor tarifas de 25% às importações mexicanas, Sheinbaum avisou que, se a nova administração dos EUA impusesse tarifas ao México, a sua administração responderia com medidas semelhantes. E avaliou que qualquer tipo de imposto é “inaceitável e causaria inflação e perda de empregos nos EUA e no México”.
Tump disse também, ainda antes de tomar posse, que pretende ocupar Canadá, Groenlândia e Panamá e ameaçou tornar a Faixa de Gaza em “um inferno”, como se não fosse exatamente o que se torno o território palestino, densamente populado, atacado com armas fartamente fornecidas pelos Estados Unidos.