Bolsonaro atacou de todas as formas o Instituto Butantan e se recusou a comprar a vacina produzida pelos cientistas de São Paulo. Para Fernando Alfredo, presidente do PSDB da capital, receber Bolsonaro no Bandeirante foi uma “afronta à história do partido”
O presidente do PSDB da capital paulista, Fernando Alfredo, defendeu o voto em Lula no segundo turno das eleições e lembrou que Bolsonaro trabalhou o tempo todo contra São Paulo.
O dirigente considerou “uma afronta à história do PSDB” o uso do Palácio dos Bandeirantes por Rodrigo Garcia para aderir ao governo federal. Integrantes do diretório municipal defenderam a expulsão de Garcia do PSDB.
O local escolhido por Garcia para aderir foi a trincheira do governo de São Paulo contra o negacionismo de Bolsonaro na pandemia.
Foi do Palácio do Bandeirantes que João Doria articulou o enfrentamento à sabotagem criminosa de Jair Bolsonaro contra a vacinação da covid. Bolsonaro não só sabotou a vacina como atacou o Instituto Butantan e se recusou a comprar o imunizante produzido pelos cientistas paulistas.
Os adesistas tentaram justificar a traição à luta de São Paulo contra o obscurantismo, dizendo que o apoio de Garcia é pessoal e que, por isso, o ato de adesão seria na residência oficial do governador e não na parte administrativa do Bandeirantes. Mesmo isso não aconteceu. Bolsonaro foi recebido por Garcia na sala onde João Doria dava entrevistas em defesa das vacinas e das medidas sanitárias de proteção da população.
Bolsonaro, que vinha muito pressionado por ter feito declarações de cunho pedófilo sobre as meninas venezuelanas de Ceilândia, com as quais, segundo ele, tinha “pintado um clima”, respirou aliviado com o jantar oferecido por Garcia. No mesmo dia a sua bancada na Câmara dos Deputados conseguiu barrar um projeto da oposição que tornaria a pedofilia um crime hediondo.