Foi decretado estado de emergência no Sri Lanka logo após a informação de que o presidente, Gotabaya Rajapaksa, fugiu do país em um avião militar.
Apesar do estado de emergência proibir manifestações, as ruas da capital Colombo foram tomadas por multidões vindos de diversos pontos do país e da própria capital para cercar o palácio que serve de residência oficial ao primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, agora declarado pelo parlamento como presidente interino.
Acontece que tanto o presidente, assim como o premiê, haviam se declarado em renúncia e que fariam o anúncio deixando seus postos nesta quarta-feira (dia 13). A chefe do parlamento, que anunciou o estado de emergência e a interinidade do premiê, também informou que será eleito novo presidente no próximo dia 20. A “eleição”, segundo a Constituição local será através do próprio parlamento e o presidente, um deputado assim indicado, deve ficar até o fim do presente mandato, com eleições previstas para novembro de 2024.
A situação que o presidente deixa o país é caótica com os preços dos alimentos enfrentando uma inflação que se multiplicou por cinco desde o início do ano.
Combustíveis também escasseiam e foi proibido o abastecimento de carros particulares. As aulas foram suspensas com a finalidade de redução de deslocamentos, entre outras medidas que demonstram descontrole administrativo generalizado.
A falta de divisar impede importações de combustíveis e alimentos e o governo, antes da renúncia do presidente se declarou em moratória e sem condições de pagar parcelas que vencem de um total de uma dívida com o FMI que ultrapassa os US$ 53 bilhões.
Antes disso, o governo cingalês tentava um empréstimo emergencial com o próprio FMI, de US$ 3 bilhões, o que só tornaria o país mais encalacrado ainda do ponto de vista financeiro.