O presidente municipal, Fernando Alfredo, disse que o tucano não fala pelo partido. Já o professor Rosalvo Salgueiro, dirigente da legenda, disse que lutou contra a ditadura e que jamais apoiará Bolsonaro
Fernando Alfredo, presidente do diretório paulistano do PSDB, disse nesta terça-feira (4) que o governador Rodrigo Garcia decidiu apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno sem consultar a cúpula do partido em São Paulo.
Alfredo afirma que procurou Garcia o dia todo e não teve resposta. Por fim, soube da oficialização do apoio a Bolsonaro por meio da live do presidente com o governador.
BOLSONARO TRABALHOU CONTRA A VACINA DE SÃO PAULO
O presidente municipal disse que o tucano não fala pelo partido e deu apenas seu apoio pessoal, que não deve ter muita influência no pleito, dado que, segundo Alfredo, os eleitores votaram majoritariamente no PSDB, não em Garcia.
“Não entendo como ele vai justificar tudo o que disse do Bolsonaro. Ele e o João Doria brigaram para trazer a vacina e agora vai e declara apoio ‘incondicional’? A gente sabe o que o PT fez. E a gente também sabe o que o Bolsonaro fez. Perdi minha mãe porque o Bolsonaro não quis liberar vacina. Como que eu explico para meus irmãos e meus filhos um apoio ao Bolsonaro?”, afirma.
Alfredo afirma que já foi procurado por Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e outros membros da campanha petista em São Paulo. Ele defende que o partido fique neutro, mas ressalta que a decisão será decidida coletivamente pelo diretório municipal.
Um dos aliados mais próximos de Bruno Covas (PSDB), Alfredo diz que a imagem de Garcia ao lado de Bolsonaro o remeteu aos comentários depreciativos de Bolsonaro em relação ao ex-prefeito. Em agosto de 2021, Bolsonaro se referiu a Covas como “o outro que morreu” ao criticá-lo por suas medidas de contenção da Covid-19 na capital paulista. Covas morreu de câncer em maio do ano passado.
“LUTEI CONTRA A DITADURA E JAMAIS APOIARIA BOLSONARO”
Outra liderança do PSDB da capital, Rosalvo Salgueiro, também protestou contra a posição de Rodrigo Garcia. “Eu lutei contra a ditadura militar e ajudei a reconquistar a Democracia para o nosso povo e nosso país. Jamais apoiarei Bolsonaro e seus aliados, e ou apadrinhados, por tudo o que eles significam e representam”, disse o tucano.
“Só para lembrar”, prosseguiu Rosalvo, “no Orçamento do Brasil para o ano de 2023 apresentado por Bolsonaro e já aprovado pelo Congresso Nacional, há pesados cortes de verbas para os programas sociais e de políticas compensatórias, para Habitação de Interesse Social destina apenas 80 milhões de reais”. “Isso dá pra construir em São Paulo apenas e tão somente 400 apartamentos. Vejam que o orçamento é para todo o Brasil!”, denunciou.
“Lembrem-se o segundo turno está apenas começando, até o dia 30/10 ainda vai acontecer muita coisa, inclusive Bolsonaro e Tarcísio podem perder estas eleições. É nisto que a partir de agora estou empenhado! A minha vontade e a opinião é a de que eles perderão. O povo, a racionalidade e a democracia vencerão!”, completou o professor e dirigente do PSDB.