Além do presidente, estavam no aeroporto mais 35 profissionais ligados a vários órgãos para acolher os repatriados. A deputada Gleisi Hoffmann chamou os primeiros refugados de “vítimas do terrorista Netanyahu”
O primeiro avião da Força Aérea Brasileira (FAB), com 229 brasileiros trazidos do Líbano, aterrissou em São Paulo. A população civil libanesa está sob bombardeio das forças de Israel e dois jovens brasileiros já foram mortos. Segundo o governo federal, o voo priorizou mulheres, idosos e crianças, sendo dez delas de colo.
O voo, que também transporta três animais de estimação, fez uma parada técnica em Lisboa, Portugal, antes de vir para o Brasil. A aeronave KC-30, que integra a Operação Raízes do Cedro, decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, na madrugada de quarta-feira (2) e chegou a Lisboa na manhã do mesmo dia.
Na tripulação há uma equipe multidisciplinar com três médicos, dois enfermeiros e dois psicólogos para garantir acolhimento e assistência. Servidores da Polícia Federal, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Receita Federal também foram designados para facilitar o processo de imigração.
Quase três mil brasileiros manifestaram interesse em deixar o Líbano por conta dos ataques ordenados por Benjamn Netanyahu. A maioria dos solicitantes de repatriação vive em Beirute e na região do Vale do Bekaa, áreas diretamente afetadas pelos bombardeios israelenses. A embaixada brasileira em Beirute está mantendo contato com os cidadãos que permanecem no país. Outros voos serão feitos para o resgate.
Na madrugada de sábado (5), as hordas israelenses tentaram uma invasão terrestre em uma cidade ao sul do Líbano, resultando em novos confrontos. Tanto o Hezbollah como Exército libanês estão resistindo e as forças juntas repeliram os invasores israelenses. Beirute, capital libanesa, também voltou a ser atingida por bombardeios do regime israelense.
O governo brasileiro reafirmou seu compromisso em seguir monitorando a situação no Líbano e oferecendo o suporte necessário para a segurança de seus cidadãos. Além disso, novas operações de repatriação já estão sendo planejadas para os próximos dias, com a expectativa de que mais brasileiros sejam resgatados em breve.
Além do presidente, estavam no aeroporto um grupo de 35 profissionais ligados aos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Saúde, dos Direitos Humanos, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome para atender eventuais necessidades dos passageiros.
Funcionários da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) também estavam no local para prestar atendimentos emergenciais e atualizar a caderneta de vacinação. O grupo de 15 pessoas está dividido em equipes formadas por homens e mulheres que falam português, árabe ou francês.
“Tem atendimento de urgência e emergência, de acolhimento, para ver os primeiros sinais e sintomas de algum agravo, de alguma doença crônica agudizada. E tem os primeiros cuidados psicológicos”, diz Renato Oliveira Santos, integrante da Força Nacional do SUS.
O governo federal irá indicar os locais de estadia e prestar orientações sobre a locomoção dos passageiros dentro do território nacional. Uma equipe de assistentes sociais, ligada ao Ministério do Desenvolvimento Social, foi designada para atender as famílias que não têm vínculos definidos no Brasil.
O Ministério do Desenvolvimento Social avalia a possibilidade de incluir os passageiros em programas sociais do governo, como o Cadastro Único e o Bolsa Família. “Se for necessário, a pasta atua numa política de abrigamento e avalia situações de vulnerabilidade para agilizar o acesso ao Cadastro Único e a programas como o Bolsa Família”, disse o governo em nota.
A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) prestou solidariedade em postagem nas redes sociais aos brasileiros que foram resgatados do Líbano em razão dos ataques de Israel ao país. “Presidente Lula acaba de receber os primeiros brasileiros que deixaram o Líbano, vítimas do terrorista Netanyahu. Solidariedade e cuidado com nossos irmãos”, disse ela. Gleisi elogiou a operação de repatriação destes cidadãos, articulada pelo governo federal e a Força Aérea do Brasil (FAB). “É assim que atua um governo comprometido com os direitos e com a paz”.