O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, se comprometeu a devolver para o povo as terras tomadas pelos latifundiários brancos, sobretudo durante o regime de apartheid, para acelerar o processo de redistribuição de terras no país. “Será dessa forma que daremos acesso equitativo à terra para o povo, da mesma forma que garantiremos a segurança da posse”.
Ao explicar o processo de redistribuição de terra, Ramaphosa afirmou que o governo utilizará “a expropriação de terras sem compensação”. Para ele, este será o método “mais viável” para “acelerar a redistribuição da terra para os sul-africanos negros”. Para Ramaphosa, essa transferência deve se dar de forma a mostrar “esse processo de redistribuição da terra como uma oportunidade e não como uma ameaça”.
A medida visa combater a disparidade econômica observada no país que, durante séculos de colonialismo e décadas de apartheid, possibilitou, conforme o relatório estatal Land Audit (Auditoria Terrestre), que os brancos, apenas 9% da população sul-africana, detivessem 23,6% das terras agricultáveis e 11,4% da propriedade urbana. Em comparação, os negros, que representem 79% da população, detém apenas 1,2% das terras agricultáveis e 7% da propriedade urbana.
Sobre as possíveis implicações econômicas da medida, o governo disse que “ao lidar com esse assunto complexo” agirá com “responsabilidade” para não “prejudicar a economia”, garantindo o nível da “produção agrícola”.