
“O que eles sabem fazer bem é matar. Aniquilaram os judeus nas câmaras de gás, apagaram cidades do mapa com seus habitantes dentro. Vemos a mesma mentalidade hoje em Gaza”, afirmou Erdogan
Mais de 100 mil pessoas se reuniram no antigo aeroporto de Istambul neste sábado (28) para comemorar os 100 anos da fundação da República da Turquia; para prestar solidariedade ao povo palestino e exigir o fim imediato dos bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, que já causaram em 22 dias a morte de mais de 7.700 palestinos, entre eles mais de três mil crianças.
Na manifestação, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, comparou os “crimes de guerra praticados abertamente por Israel” aos executados durante o Holocausto pela Alemanha nazista contra o povo judeu e pelos Estados Unidos contra os japoneses na Segunda Guerra Mundial. “O que eles sabem fazer bem é matar. Aniquilaram os judeus nas câmaras de gás, apagaram cidades do mapa com seus habitantes dentro com bombas atômicas. Vemos a mesma mentalidade hoje em Gaza”, condenou.
O presidente turco disse que “todo país tem o direito a se defender”, mas questionou: “onde está a justiça neste caso? Somos contra esta política de dois pesos e duas medidas, somos contra todas essas hipocrisias”. Conforme Erdogan, “o principal culpado do massacre em Gaza é o Ocidente”, é isso “o que ouvimos de vozes conscientes, de que o massacre de Gaza é inteiramente obra do Ocidente”.
“Por que aqueles que choraram pelos mortos na Ucrânia não levantam a voz pelos que estão morrendo em Gaza? Ei, Ocidente, você quer desencadear uma nova luta do Crescente contra a Cruz? Nossa nação não morreu, mas permanece de pé”, alertou.
Em resposta às declarações de Erdogan, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelense retirou o seu pessoal diplomático e o seu embaixador da Turquia.
Poucos dias atrás Erdogan havia proposto convocar uma Conferência de Paz “com todos os atores da região” para solucionar o conflito, bem como a criação emergencial de um corredor humanitário em Rafah, o único passo fronteiriço que existe entre o Egito e Gaza, que deveria permanecer aberto constantemente. “Devido a sua situação humanitária, política e militar”, assinalou, a Turquia está disposta a “atuar como fiadora da Palestina”.