A esposa Oksana Marchenko condenou o regime de Kiev pelas atrocidades contra o deputado Viktor Medvedchuk e exigiu sua imediata libertação
Após prenderem o deputado Viktor Medvedchuk, líder do maior partido de oposição da Ucrânia, os “serviços especiais” do regime de Kiev o mantêm sob tortura, na tentativa de obter uma confissão de culpa sobre supostas relações com a Rússia, alertou sua esposa Oksana Marchenko.
Em entrevista coletiva, a esposa disse que o dirigente do partido Plataforma de Oposição – Pela Vida já esteja sendo torturado, na ânsia de ser posteriormente ofertado em “troca de prisioneiros de guerra”. Foi o próprio presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quem ofertou Viktor, exibido algemado com uniforme do exército, para ser trocado por prisioneiros russos.
A declaração do assessor do chefe do Ministério da Administração Interna da Ucrânia, Vadym Denisenko, no ar de um dos canais de TV, assinalou Oksana, aponta para os flagelos e atrocidades do marido. O representante do governo ucraniano disse que seria correto “fazer seu julgamento assim que possível, dar-lhe um termo apropriado, arrancar certos testemunhos dele e depois trocá-lo”.
“Esta declaração comprova o desejo das autoridades de usar métodos físicos proibidos de influenciar Viktor para obter as declarações de que precisam. Em outras palavras, eles vão ou já estão lhe torturando”, condenou a esposa, que advertiu para o uso de expressões como “arrancar testemunho”.
Oksana solicitou a todos que também prestem atenção nas fotos publicadas de seu marido, que comprovam que foi espancado já nas primeiras horas após a sua prisão. Em particular, apontou, possuía manchas vermelhas na testa, que tentaram esconder sob o cabelo. Além disso, no vídeo, ele tem “orelhas azuis inchadas, o que também serve como marca de violência física”.
“TORTURA FÍSICA GRAVE”
“Temos sérios motivos para acreditar que realmente usam a tortura para obter o testemunho desejado de presos políticos e de pessoas que as autoridades consideram censuráveis. Esse raciocínio é baseado em fatos e, também, é estabelecido em alguns depoimentos pessoais de funcionários de Viktor que foram detidos no final de fevereiro e no início de março. Muitos deles relatam tortura física grave”, acrescentou a esposa.
A esposa do líder oposicionista denunciou que não sabe onde o marido se encontra, situação que não lhe permite dar qualquer tipo de proteção legal nem supervisão médica.
De acordo com Oksana, ela deixou a Ucrânia em 18 de fevereiro, falou com o marido em fevereiro e março, mas o contato foi rompido há várias semanas. Há dois dias, o pai da mulher tenta localizar o detido, mas em todos os centros de detenção é informado que ele não está.
Na última terça-feira (12), o Serviço de Segurança da Ucrânia anunciou a detenção de Viktor Medvedchuk, que vinha sendo mantido em prisão domiciliar, mas desapareceu no final de fevereiro, conforme informaram promotores ucranianos. Em outubro de 2021, o líder oposicionista foi acusado de traição e ajuda ao terrorismo.
Segundo o governo, em 2014, Medvedchuk, em conluio com a liderança da Ucrânia, organizou o fornecimento de carvão ao Donbass, território não controlado por Kiev, o que já lhe valeria uma penalidade grave.
O chefe do Comitê de Resgate da Ucrânia, Mykola Azarov, avalia que o líder oposicionista está sendo atropelado gravemente em seus direitos humanos e torturado, mas que não será morto pela solidariedade internacional.
O secretário de imprensa da Presidência da Rússia, Dmitry Peskov, ressaltou que o Kremlin monitorará o destino de Medvedchuk e está fazendo uma conclamação para que haja uma supervisão rápida e eficiente sobre o seu tratamento e respeito aos direitos do dirigente oposicionista.
Oksana gravou uma mensagem em vídeo para o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky exigindo a libertação do marido. No mesmo dia, ela pediu ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan para ajudar na libertação de Viktor Medvedchuk