Com a entrada do ex-preso e condenado goiano por golpes bancários e formação de quadrilha, Pablo Marçal, na disputa da Prefeitura de São Paulo, a campanha da capital viveu cenas de baixaria nunca vistas na política local.
Vindo do submundo do crime, a versão mais recente do fascismo trouxe para o embate político o modus operandi das gangues que o iniciaram no mundo do crime: ataques à honra, provocações, mentiras, chantagem, violência, etc.
O cinismo de Marçal foi tão sem limites que ele inventou, por exemplo, que as Forças Armadas brasileiras não tinham feito nada durante as enchentes do Rio Grande do Sul. Seu objetivo era atingir Lula. O ex-condenado parecia ser incontrolável até receber um “corretivo” de grandes proporções de José Luiz Datena, durante um dos debates eleitorais. A Advocacia-Geral da União (AGU) também ingressou à época com uma ação e pedido de direito de resposta em face de graves mentiras do meliante contra as Forças Armadas.
A ação da AGU destacou que, ao contrário das falsificações de Marçal em seus vídeos, as Forças Armadas atuaram desde os primeiros dias da tragédia no resgate de pessoas, além da realização de atendimentos médicos, transporte de equipes e materiais e arrecadação e entrega de donativos para a região. Somando Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira, as operações contaram com um efetivo de quase 12 mil militares, além de 94 embarcações, 348 veículos, quatro aeronaves e 17 helicópteros.
Ele havia se utilizado do Instagram, do TikTok e do Facebook para inventar que as Forças Armadas brasileiras estiveram inertes diante da calamidade pública que atingiu o Rio Grande do Sul.
O comando militar argumentou que, ao descredibilizar a atuação das Forças Armadas na calamidade, a desinformação disseminada pelo irresponsável prejudicava o próprio enfrentamento da situação, uma vez que a redução da confiança da sociedade na resposta do Estado brasileiro estaria desencorajando a entrega de donativos e prejudicando os trabalhos de resgate.
Por fim, a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), órgão da AGU que atuou no caso, alertou que a desinformação disseminada intencionalmente pelo ex-presidiário – que chegou a afirmar que um único empresário teria disponibilizado mais aeronaves do que a FAB para as ações de resgate e suporte à população do Rio Grande do Sul – é especialmente grave pelo fato de Marçal ser praticamente um hacker com amplos impulsionamentos ilegais de suas publicações mentirosas.
A AGU defendeu que o direito de resposta proporcional ao agravo sofrido estava previsto na Constituição Federal (art. 5º, V) e que, no caso concreto, era necessário para promover o esclarecimento do conteúdo e manter a integridade da informação em prol de toda a sociedade.
Ela ressaltou “que as publicações infringem os termos de uso da própria plataforma {X} – que proíbe a publicação de conteúdo enganoso ou fora de contexto com potencial de causar confusão generalizada sobre questões públicas”.
Cade o jornalismo imparcial?
Jornalismo imparcial é apoiar um fascista?