Diante das denúncias de corrupção envolvendo seu governo em relação às vacinas contra a Covid-19, e levando milhares de brasileiros às ruas em repúdio ao seu governo e exigindo vacinação e auxílio emergencial, Jair Bolsonaro foi obrigado a editar o decreto prorrogando o auxílio emergencial por mais três meses (agosto, setembro e outubro).
Os valores do auxílio são os mesmos que estão em vigor: R$ 250 ao mês por família; pessoas que moram sozinhas continuarão recebendo R$ 150 e as mulheres chefes de família têm direito a R$ 375. Ou seja, não paga nem uma cesta básica, avaliada entre R$ 630 (Dieese) e R$ 640 (Abras), em média, podendo alcançar em muitas regiões valores ainda mais altos.
De acordo com o Ministério da Cidadania serão mantidos na prorrogação do auxílio um total de 45,6 milhões de pessoa, ou seja, será mantido o corte de 22,6 milhões de beneficiários do total de 68,2 milhões de pessoas que no ano passado chegaram a receber as parcelas de R$ 600,00 e depois reduzidas para R$ 300 até dezembro.
O auxílio só foi retomado em abril, após pressão da sociedade, no auge da pandemia, com menor valor e para menos pessoas.
Não haverá novos inscritos no programa, numa flagrante injustiça, visto a dinâmica social que mais colocou do que tirou pessoas com necessidade do auxílio emergencial em meio ao desemprego recorde e queda na renda.
Depois de muita resistência, o governo ficou sem ter como não atender essa demanda visivelmente necessária diante da miséria que cresce a olhos vistos, e também mapeada por estatísticas que apontam algo em torno de 19 milhões de brasileiros passando fome e outro contingente enorme, de dezenas de milhões, vivendo momentos de insegurança alimentar.
A renovação do benefício é uma conquista daqueles que dela precisam, mas a manutenção dos minguados valores mostram a resistência do governo.
Além da cesta básica custando quase duas vezes e meia os R$ 250,00, valor que o benefício pode chegar para uma família que já não consegue comer o tradicional arroz com feijão, os brasileiros ainda enfrentam a carestia, com aval do governo Bolsonaro, no gás de cozinha, na conta de luz, nos remédios e nos aluguéis.