No mês, IPCA-15 ficou em 0,19%, menor do que julho (0,30%). Alta em doze meses é de 4,35%
A inflação voltou a desacelerar em agosto, ao variar em alta de 0,19% no mês, uma taxa menor do que o verificado em julho (0,30%), segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (27). Em agosto de 2023, o IPCA-15 foi de 0,28%.
O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 4,35% no intervalo dos últimos 12 meses até agosto, o que também é abaixo dos 4,45% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O resultado do IPCA-15 vem a contragosto do mercado financeiro, que no último período tem elevado as projeções de inflação, como forma de pressionar para o aumento da taxa base de juros (Selic), hoje nos astronômicos 10,5% ao ano, pelo Banco Central (BC), na próxima reunião em setembro.
Ontem (26/08), o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, declarou no Piauí que o BC está observando os dados e voltou a afirmar que o aumento de juros “está na mesa”. “A gente pega alguns indicadores de inflação, de produtos que não podem ser importados, para olhar o quanto isso pode ser um termômetro de quanto a atividade econômica está aquecida e pressionando salários e preços”, declarou, fazendo coro com aqueles que não querem que o Brasil cresça.
PREÇOS DOS ALIMENTOS CAEM. COMBUSTÍVEIS SOBEM
A desaceleração da inflação veio puxada pela queda nos preços no grupo Alimentação e bebidas (0,80% e impacto de -0,17 p.p no indicador geral), sendo o segundo mês consecutivo de recuo.
A Alimentação no domicílio teve queda de 1,30%, também um recuo mais intenso do que foi observado em julho (-0,70%). As maiores quedas nos preços deste subgrupo foram: tomate (-26,59%), cenoura (-25,06%), batata-inglesa (-13,13%) e cebola (-11,22%)
Na passagem de julho para agosto, do lado das altas nos preços, a maior variação e o maior impacto vieram de Transportes (0,83% e 0,17 p.p), puxado pelos aumentos dos preços da gasolina (3,33%), etanol (5,81%), gás veicular (1,31%) e óleo diesel (0,85%). No computado geral, os preços dos combustíveis subiram 3,47% em agosto.
Outra alta importante veio do grupo Educação, cujos preços foram elevados pelos cursos regulares (0,77%), ensino superior (1,13%), ensino fundamental (0,57%) e cursos diversos (0,47%).
Veja a seguir os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE.