Em doze meses, IPCA registra 3,40%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho ficou em 0,04%, após taxa de 0,51%% registrada em maio. O índice, considerado uma prévia da inflação oficial, foi divulgado hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,40%, menor valor desde setembro de 2020, auge da pandemia, e abaixo dos 4,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,69%.
O resultado é mais um dado que reforça o clamor de todos os setores produtivos da economia, e da sociedade em geral, pela derrubada da criminosa taxa de juros impostas pelo presidente do Banco Central, Campos Neto.
Na semana passada, em clara afronta ao país, Campos Neto manteve a taxa básica de juros da economia (Selic) em assombrosos 13,75%, com o país amargando os maiores juros reais do mundo, beneficiando os rentistas e asfixiando a indústria, as vendas do comércio, o setor dos serviços e o consumo das famílias. A inadimplência das famílias e das empresas, na grande maioria micro, pequenas e médias empresas, continuam em patamares elevadíssimos, com ameaça de quebradeira geral.
Para o governo, economistas, empresários, sindicalistas, políticos e parlamentares, é inexplicável a inflação caindo e os juros reais do país subindo. Campos Neto vai ter que se explicar por que “joga contra a economia brasileira”, disse o presidente Lula.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em junho. Segundo o IBGE, a maior variação (0,96%) e o maior impacto (0,14 ponto percentual) vieram do grupo Habitação.
Já o grupo Transportes (-0,55%), diante da queda do preço dos combustíveis, puxou o índice para baixo (-3,75%). A gasolina (-3,40%) foi o subitem com o maior impacto individual (-0,17 p.p.) no IPCA-15 de junho. Os demais combustíveis também sofreram recuos nos preços: óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%). Além disso, os preços do automóvel novo caíram 0,84% e contribuíram com -0,03 p.p. no índice do mês. As passagens aéreas registraram alta de 10,70%, após queda de 17,26% em maio. E a alta de 0,99% em ônibus urbano deve-se ao reajuste de 33,33% em Belo Horizonte.
Registraram queda também: Alimentação e bebidas (-0,51%) – sendo que a alimentação no domicílio registrou queda (passando de 1,02% em maio para -0,81% em junho) enquanto na alimentação fora de casa houve desaceleração nos preços (de 0,73% para 0,29%) – e Artigos de residência (-0,01%).
Em Despesas pessoais (0,52%), sobressai a alta de 6,19% nos jogos de azar, após reajuste médio de 15,00% no valor das apostas. Cinema, teatro e Concertos (1,29%) e pacotes turísticos (1,07%) também registraram alta no mês.
O grupo Saúde e cuidados pessoais (0,19%) foi influenciado pela elevação nos preços dos planos de saúde (0,38%), decorrente do reajuste de até 9,63% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 13 de junho.