“Deflação fake” de Bolsonaro só durou três meses. Todos os produtos e serviços apresentaram alta em novembro, com exceção de Comunicação, que ficou “estável” (0.00%), segundo o IBGE
A prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA 15) voltou a subir, atingindo 0,53% em novembro. Isso representa um aumento de 0,37 ponto percentual na comparação com o mês anterior. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (24).
No IPCA-15, a inflação do país já acumula alta de 6,17% em 12 meses. O aumento entre outubro e novembro se explica principalmente pelas altas nos preços de Alimentação e Bebidas (de 0,21% para 0,54%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,80% para 0,91%), além de Transportes (de -0,64% para 0,49%) e Habitação (de 0,28% para 0,48%), mas todos os produtos e serviços pesquisados apresentaram alta, com exceção de Comunicação, cujo quadro foi de “estabilidade” (0,00%).
A carestia foi a marca do governo Bolsonaro, que agora se despede do Brasil deixando como legado um país empobrecido. A deflação alardeada por ele, nas vésperas das eleições, após as medidas eleitoreiras, como a redução de ICMS, não duraram mais do que dois/três meses. Já em outubro os alimentos em domicílio começaram a subir e agora os preços dos combustíveis. Bolsonaro dolarizou os preços dos alimentos e dos combustíveis, acabou com os estoques reguladores e não implementou qualquer politica para garantir segurança alimentar aos brasileiros, nem antes, nem durante e nem depois da pandemia. A fome explodiu no país, junto com a carestia, o desemprego e a inadimplência das famílias.
Com altas sistemáticas, o preço dos alimentos é o que mais tem pesado no bolso dos brasileiros de menor renda. Segundo o índice, os alimentos para consumo domiciliar tiveram aumento médio de 0,60% na passagem de outubro para setembro, com destaques individuais para o tomate (17,79%), da cebola (13,79%) e da batata-inglesa (8,99%). Além disso, os preços das frutas subiram 3,49%.
No setor de Saúde, o aumento maior foram os itens de Higiene pessoal (1,76%), e nos Transportes, os combustíveis voltaram a ter alta de 2,04% após as quedas virtuais dos últimos cinco meses. Na Habitação, a aceleração do grupo veio principalmente das altas do aluguel residencial (0,83%) e da energia elétrica (0,44%).
PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS ACELERAM
No grupo dos Transportes (0,49%), os preços dos combustíveis voltaram a subir. Os preços da gasolina subiram 1,67% em novembro, contribuindo com o maior impacto individual no índice do mês. Os preços do etanol subiram 6,16% e os do óleo diesel, 0,12%. O gás veicular (-0,98%) foi o único a apresentar queda entre os combustíveis pesquisados.