IGP-M avançou 0,77% na segunda prévia de dezembro, influenciado pela alta dos preços das “commodities”
A prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,77% em dezembro, maior taxa desde abril deste ano (1,85%), divulgou nesta terça-feira (20) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O indicador é atualmente usado como cálculo do reajuste de aluguel, residencial e comercial. Para as famílias de mais baixa renda tem um grande peso no orçamento já corroído pela carestia nos preços dos alimentos e nas contas básicas.
Segundo o responsável pelo indicador, André Braz, o IGP-M deverá encerrar o mês de dezembro com alta de 1% puxada pela alta nos custos do minério de ferro e alimentos. “Está ocorrendo recuperação de preço em commodities, que caíram muito de preço recentemente”, comentou Braz alertando.
Sob influência dos preços dolarizados, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), os preços ao produtor, que possui o maior peso (60%) na composição do IGP-M, passou de -0,90% para 0,90%, da segunda prévia de novembro para igual prévia em dezembro. Entre os destaques de alta estão: minério de ferro (20,38%) – que sozinho representa 5,2% do total do IPA -, feijão (14,21%) e carne bovina (1,96%).
No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), 30% do IGP-M, houve uma desaceleração de 0,54% para 0,42% da segunda prévia de novembro para a dezembro, que segundo Braz foi puxado na esteira dos recuos de preços em itens no varejo, como passagem aérea (-1,60%) e leite tipo longa vida (-2,99%).
O IGP-M vinha registrando taxas negativas nos últimos quatro meses, puxado pelo ritmo da desaceleração da economia global que, consequentemente, levou ao menor ritmo de compras de algumas commodities, reduzindo assim os seus preços no mercado internacional.
Em 2021, a “inflação do aluguel” fechou com alta de 17,78%. Dolarizado, o IGP-M chegou a bater a taxa recorde de 31,12%, no acumulado dos 12 meses até agosto de 2021, fazendo com que os trabalhadores brasileiros, que ao longo destes últimos anos acumulam perdas em seus salários, pedissem a imediata retirada do IGP-M de seus contratos de aluguéis, buscando outros indicadores para o reajuste do aluguel como o IPCA por exemplo.