
IPVA-15 foi de 0,48% no mês. Alimentação e bebidas (-0,35%) e Transportes (-0,25%) registraram quedas
Em setembro deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou em alta de 0,48%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (25). No mês passado, o indicador de prévia da inflação havia registrado deflação de -0,14%.
A aceleração do IPCA-15 foi novamente alavancada pelos preços da energia elétrica residencial, que subiram 12,17%, o maior impacto (0,47 p.p.) sobre o índice geral, com o fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto.
Além disso, desde o início deste mês, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) colocou em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos. O IBGE também apontou reajuste tarifário de 4,25% em Belém (11,38%), com início em 7 de agosto.
Com o resultado de setembro, o IPCA -15 acumula alta de 3,76% no ano e, em 12 meses, aumento de 5,32%. O resultado do IPCA-15 de setembro veio abaixo das projeções dos bancos, que apostaram numa inflação maior (alta de 0,52% no mês e, em 12 meses, alta de 5,37%, conforme sondagem do site Valor Econômico), com o fim de manter seus ganhos com as aplicações financeiras nas alturas, via manutenção ou aumento da taxa básica de juros (Selic), hoje nos criminosos 15% ao ano, por definição do Banco Central (BC).
Preços dos alimentos e da gasolina seguem em queda no país
Em setembro houve novo alívio nos preços dos alimentos, que caíram 0,35% no mês (em agosto, -0,53%), assim acumulando a quarta queda mensal seguida.
No mês, a alimentação no domicílio registrou variação de -0,63%, após recuar 1,02% no mês anterior. Contribuíram para esse quadro, as quedas do tomate (-17,49%), da cebola (-8,65%), do arroz (-2,91%) e do café moído (-1,81%). No lado das altas, destacam-se as frutas, que subiram, em média, 1,03%.
Já a alimentação fora do domicílio (0,36%) desacelerou em relação ao resultado de agosto (0,71%).
O grupo Transportes variou em queda de -0,25% no mês (impacto de -0,05 p.p no IPCA), por influência nos preços de seguro voluntário de veículo (-5,95%) e pelas passagens aéreas (-2,61%). Em agosto, a queda foi de -0,47%.
Também caíram em setembro, os preços dos combustíveis (-0,10%), puxados para baixo pelo gás veicular (-1,55%) e gasolina (-0,13%); enquanto o óleo diesel (0,38%) e o etanol (0,15%) subiram no mês.
Outro resultado de deflação veio dos preços de comunicação (-0,08%), após recuo de 0,17% em agosto.
No lado oposto, os outros cinco grupos que compõem o IPCA-15 registraram aumentos em setembro: Habitação (3,31%), impactado pelo aumento da conta de luz (12,17%); Vestuário (0,97%), altas nas roupas femininas (1,19%) e nos calçados e acessórios (1,02%); Saúde e cuidados pessoais (0,36%), influenciado pelos planos de saúde (0,50%); Despesas pessoais (0,20%); e Educação (0,03%).
Considerando o Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e serviços que tiveram aumento e quedas de preços num período, a inflação se espalhou menos na passagem dos dois últimos meses. O indicador cedeu de 57,2% em agosto para 53,1% em setembro, um recuo puxado em grande parte pelos itens alimentícios.