Índice de atividade econômica caiu pelo segundo trimestre seguido
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou um recuo de 0,14% no terceiro trimestre (julho, agosto e setembro) na comparação com o segundo trimestre deste ano, quando a economia também caiu 0,35% na comparação com o primeiro trimestre.
Segundo o BC, o nível de atividade medido pelo IBC-Br registrou queda pelo segundo mês seguido em setembro, recuando 0,27% na comparação com o mês anterior.
Esta queda seguida do índice do BC aponta no sentido de que o país caminha para a recessão. Os números oficiais serão divulgados em 2 de dezembro. Em 2020, o PIB do Brasil já havia registrado uma queda de 4,1%, a maior contração desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.
Apesar desse números negativos, o ministro Paulo Guedes afirmou, na segunda-feira (15), a investidores e empresários em Dubai, nos Emirados Árabes, que o Brasil está “crescendo acima da média mundial” .
As declarações foram feitas durante a abertura do evento Invest in Brasil Fórum. Ele disparou: “O Brasil foi uma das economias que menos caíram, voltaram mais rápido, criaram mais empregos e estamos crescendo, também, acima da média mundial. Isso, graças à orientação do nosso presidente de não deixar nenhum brasileiro para trás durante a pandemia”.
Guedes faltou com a verdade aos investidores. No primeiro trimestre deste ano o Brasil cresceu 1,2%, ficando na 19ª posição no mundo, segundo levantamento elaborado pela Austing Rating. No segundo trimestre, o PIB do Brasil teve uma queda de 0,1% e a situação do país piorou, caindo para a 28ª posição no cenário mundial.
Para 2022, as previsões de crescimento do PIB do Brasil são ainda piores. Então, a fala de Guedes revela mais do que apenas falta de seriedade. É puro cinismo do governo. E, baseado neste cinismo, o governo resolveu aumentar as taxas de juros.
É consenso que os aumentos da Selic, taxa básica de juros da economia, deverão inibir investimentos e por consequência a atividade da economia. No entanto, o Banco Central (BC), contrariando a lógica econômica, aumenta a Selic sobre uma demanda reprimida, para garantir a rentabilidade dos bancos e demais rentistas nas costas dos demais setores da sociedade, especialmente da grande massa de desempregados.
Há duas semanas atrás Sr. Guedes sem qualquer sutileza recomendou o aumento da Selic. Mesmo que o crescimento econômico não venha, o que ele faz é seguir garantindo os ganhos dos aplicadores sobre o Tesouro Nacional.