
Resultado do mês reflete especialmente o desempenho da agropecuária, que registrou queda acentuada de 4,2%, e da indústria, caindo 0,5%
Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou uma queda da atividade econômica do país em 0,7% em maio em relação a abril (0,1%), na série com ajuste sazonal. O índice, divulgado nesta segunda-feira (14), é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), índice oficial da atividade econômica de reponsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado do mês reflete especialmente o desempenho da agropecuária que registrou uma queda acentuada de 4,2% e com a indústria recuando também em 0,5%. O setor de serviço, com maior participação na apuração do IBC-Br, ficou estável.
É a primeira vez no ano que o indicador recua. A última contração havia sido em dezembro de 2024, quando o índice caiu -0,93%. O IBC-Br teve alta de 3,2% na comparação com maio do ano passado, já o crescimento acumulado no ano chegou a 2,6%. Em 12 meses, a variação está em 4%.
O resultado do mês ficou muito aquém da expectativa registrada em pesquisa da Reuters que previa estabilidade do índice, mesmo com o ambiente de política monetária restritiva. No entanto, os dados reforçam a tendência da perda de fôlego na economia.
A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central (BC) mostrou que a expectativa do mercado financeiro para a expansão do PIB em 2025 é de 2,23%, indo a 1,89% em 2026. Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%. É uma firme aposta de queda da atividade econômica.
O principal instrumento para provocar a derrubada do PIB são os juros estratosféricos orquestrados pela taxa Selic (BC), taxa de juros básicos da economia, a despeito de controlar a inflação, provoca encarecimento do crédito para o consumo e derruba os investimentos.
Durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho, o BC elevou a taxa Selic para 15% ao ano, maior nível em quase duas décadas, e sinalizou que pretende manter os juros altos por um período prolongado.
Os juros exorbitantes, que o governo fica obrigado a pagar aos bancos, tira dinheiro do Tesouro para outras necessidades e impede que o governo faça investimentos, fator fundamental para atrair investimentos privados e fazer o país prosperar. Não querem saber disso, querem mais e mais tomar o orçamento público para si, não tendo nenhum acanhamento em pressionar cortes sociais, inclusive os mais necessários como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), um programa dirigido a idosos miseráveis e incapacitados para o trabalho.
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