Pela nona vez consecutiva, os representantes do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) para elaboração do boletim semanal Focus reduziram a expectativa de crescimento da economia para 2019.
O indicador do Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – passou de 1,71% para 1,70% e está cada vez se distanciando mais da projeção inicial de crescimento de mais de 2% do governo e também das promessas de recuperação econômica de Bolsonaro.
No início do ano, o boletim do BC chegou a prever o PIB em 2,57% para este ano.
As sucessivas reduções da expectativa de crescimento são desdobramentos de uma política econômica de arrocho fiscal que tem mantido o consumo, a indústria, o comércio e os serviços no limbo.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre os primeiros meses de 2019 já deram sinais de que o ano será, mais uma vez, desastroso.
A produção industrial acumulou até fevereiro queda de -0,2%; o varejo permanece 6,6% abaixo do seu pico; e o setor de serviços (que possui maior peso na formação do PIB) caiu -0,9% apenas nos primeiros dois meses do ano.
O desemprego e o subemprego, por sua vez, atingem 27,9 milhões de pessoas de acordo com dados do trimestre encerrado em fevereiro, também do IBGE.
À medida que o governo mostra a que veio, o mercado reduz também a previsão para o PIB em 2020. Há quatro semanas, a expectativa era de crescimento de 2,75%. Nesta segunda-feira, as apostas caíram para 2,5%.