A escritora e acadêmica brasileira Nélida Piñon morreu aos 85 anos, neste sábado (17), em Lisboa. Ocupante da Cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras desde 27 de julho de 1989, Nélida foi a primeira mulher a presidir a entidade, em 1996/1997, quando a organização comemorou o seu I Centenário.
“Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira”, afirmou a ABL em nota. O sepultamento será no mausoléu da entidade, que também fará uma Sessão da Saudade em homenagem à autora no dia 2 de março de 2023.
Com mais de 20 livros publicados – entre romances, contos, crônicas, ensaios, memórias e infantis – e vencedora de prêmios nacionais e internacionais, Nélida Piñon completou 60 anos de carreira literária no ano passado, mantendo-se atuante até os últimos anos de vida.
Nélida Piñon nasceu no Rio de Janeiro em 1937 e se formou em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em janeiro, recebeu nacionalidade espanhola, país de origem de seus avós.
“Hoje eu sou a brasileira que sempre fui e adicionei, a essa minha maravilhosa nacionalidade brasileira, a nacionalidade espanhola e passo a pertencer à União Europeia. Quando penso em Espanha, penso em seus grandes mortos. Cervantes, por exemplo (…) Penso nos meus mortos, no meu avô Daniel, na minha avó Mada, na minha mãe Carmen, no meu amado pai, Lino”, afirmou a escritora na ocasião.
Entre suas obras estão “A Casa da Paixão”, vencedor do Prêmio Mário de Andrade, da APCA, São Paulo, como Melhor Livro do Ano (1973); “A República dos Sonhos”, também vencedor de Melhor Livro do Ano (1985) pelo Prêmio da APCA e “Vozes do Deserto”, vencedor do Prêmio Jabuti nas categorias Romance e Melhor Livro do Ano (2005). Se último livro, “Um dia chegarei a Sagres”, foi publicado em 2020 pela editora Record.
Em junho deste ano, a escritora doou seu acervo pessoal ao Instituto Cervantes do Rio de Janeiro, disponibilizando ao público cerca de 7 mil obras.