A primeira leva de brasileiros deportados dos EUA após a posse de Donald Trump chegou a Manaus na noite de sexta-feira (24). A aeronave, a companhia americana GlobalX, com destino a Belo Horizonte, que tinha conexão em Manaus, teve que permanecer na capital amazonense porque precisava de manutenção no ar-condicionado.
O avião, com 158 pessoas a bordo, tem, segundo o Itamaraty e a Polícia Federal, 88 brasileiros.
No momento, a PF presta apoio às pessoas que estão no aeroporto internacional Eduardo Gomes, enquanto um novo voo rumo a Belo Horizonte é aguardado ainda para este sábado.
De acordo com assessoria do aeroporto, como os passageiros estavam reclamando de calor na aeronave, gerando até um princípio de tumulto, a tripulação acionou a rampa inflável para desembarque, mas o equipamento leva um tempo para voltar ao normal e está em manutenção. Enquanto isso, os passageiros estão em uma área isolada no aeroporto, sendo acompanhados por um delegado da Polícia Federal.
Conforme um dos passageiros ouvidos pela reportagem do G1, os brasileiros deportados são tratados “como cachorro amarrado na corrente”.
Na madrugada de quinta para sexta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump.
Porém, conforme o Itamaraty, a vinda desses brasileiros não tem relação com as novas medidas migratórias de Trump. De acordo com o órgão, o retorno de imigrantes ilegais ao Brasil ocorre com base em um acordo firmado com Washington em 2017, durante o governo de Michel Temer, visando o repatriamento de pessoas que ingressaram ilegalmente nos EUA, foram processadas e não têm direito a recurso.
Segundo esse acordo, as aeronaves trazem de volta quem já não tem mais como recorrer à Justiça americana. O objetivo é evitar que essas pessoas permaneçam em presídios. De forma geral, são pessoas detidas nos EUA por estarem em situação irregular. O governo brasileiro não aceita a inclusão, nos voos, daqueles com possibilidade de revisão de sentença.