
O Amazonia-1, primeiro satélite de observação da Terra completamente projetado e desenvolvido pelo Brasil foi enviado para a Índia na terça-feira (22) para o seu lançamento à órbita terrestre previsto para fevereiro de 2021.
O equipamento, produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi desmontado para o transporte e será levado por uma aeronave da empresa Emirates, um cargueiro Boeing 777F.
Ao todo foram necessários 52 containers especiais para transportar com segurança os módulos do satélite, que pesa 638 kg. O voo fará uma primeira escala em Dacar, no Senegal, depois faz mais um pouso em Dubai, nos Emirados Árabes. De lá, segue para o destino final em Sriharikota, na Índia. A previsão é que a duração do voo até o destino final seja de aproximadamente 24 horas.
A previsão é que o Amazonia-1 seja colocado em órbita terrestre no mês de fevereiro de 2021, pelo lançador PSLV da ISRO, a partir do Centro de Lançamento Sriharikota, na Índia. O satélite ficará numa altura de 700 km e terá a missão de fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento, especialmente na região amazônica.
O Amazonia-1 é o primeiro satélite de observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil. É um projeto coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI).
Presente na coletiva realizada antes da decolagem, o diretor do INPE, Clezio de Nardin, fez questão de ressaltar que o projeto nacional beneficiará a indústria local. “Um satélite projetado e desenvolvido com tecnologia nacional, um desafio para a indústria nacional especialmente da nossa região, em São José dos Campos (SP), que abriga o polo aéreo espacial”, afirmou Nardin.
O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, ressaltou que o desenvolvimento do satélite só foi possível por uma união de forças. “O projeto foi possível devido ao esforço do ministro Marcos Pontes, com apoio da Casa Civil e do Ministério da Economia, que acreditaram e viabilizaram recursos para que fosse realizado. Não existe país do porte do Brasil, seja pela economia, seja pelo tamanho do território, seus biomas, ou o tamanho de sua população, que não tenha um programa espacial muito forte. E estamos neste caminho das nações mais desenvolvidas”, avaliou Moura.
AMAZONIA 1
Foram oito anos para o desenvolvimento do equipamento, feito em São José dos Campos. O Amazonia 1 vai auxiliar na observação e monitoramento do desmatamento da região amazônica.
O satélite tem quatro metros de comprimento e no espaço vai ficar a uma altitude de 752 quilômetros. Ele vai passar por cima do Brasil cinco vezes por dia para fazer imagens em alta resolução do território nacional.
O satélite vai se unir aos outros que já estão no espaço, como o Cbers 4 e 4a para monitorar o desmatamento na floresta. Ele será o terceiro a formar o sistema Deter, o que vai aumentar a capacidade de observação e de alertas sobre o desmatamento.
No espaço, ele vai enviar sinal para três estações de monitoramento: Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba; Cuiabá, no Mato Grosso; e Alcântara, em Manaus.