
Audiência pública na Câmara dos Vereadores de SP reuniu entidades e parlamentares contra projeto do governo
A Câmara Municipal de São Paulo realizou uma audiência pública, nesta terça-feira (9), para discutir danos de uma possível privatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) na vida da população paulistana. A iniciativa foi do vereador Jilmar Tatto (PT), a pedido do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema).
“O governador de São Paulo, que chegou aqui em nosso estado ontem, quer acabar com uma empresa de quase cinco décadas, a terceira maior do mundo, e que é responsável por cerca de R$ 40 bilhões em investimentos no setor de saneamento somente em nosso estado – um terço do que é investido em todo Brasil – e pelo atendimento de 70% da população do estado de São Paulo, mais de 30 milhões de habitantes”, denunciou José Faggian, presidente da entidade.
Faggian lembrou que mais de 1,3 milhão de pessoas, 11% da população do município, são atendidas por uma tarifa diferenciada, a chamada tarifa social. Dado que fica percentualmente atrás apenas de Itaquaquecetuba, cuja tarifa social alcança 14% de sua população. Em todo o estado, são cerca de 9 milhões de paulistas contemplados pela tarifa social, mais de 20% da população.
“Com a privatização, esse atendimento está em perigo, visto que será muito difícil que uma empresa privada atue para praticar tarifas sociais nas bases da Sabesp. Isso porque uma empresa privada foca suas energias nas oscilações da Bolsa de Valores, na garantia dos ganhos de seus acionistas e não repousa sua atenção para a população mais vulnerável e nem vai assumir – com a qualidade que a Sabesp oferta – um papel social tão importante e que serve de exemplo para mundo. É disso que se trata”, externou Faggian.
O vereador Jilmar Tatto ressaltou que a cidade de São Paulo é responsável por 46% da arrecadação da Sabesp e ela reinveste, anualmente, 13,5% em nossa cidade. “Parece que o tema não é visto como importante para esses dois setores [prefeitura e estado]. Ou seja, uma posição que desconsidera os números e estudos que mostram que a cidade de São Paulo e o estado serão penalizados com a privatização”, ressaltou.
A vereadora Luana Alves (PSOL), autora da proposta da Frente Parlamentar em Defesa da Sabesp, reafirmou seu apoio à ação do Sintaema e destacou que seguirá lutando pela efetiva implementação da Frente na Casa. “Estamos em plena negociação e lembramos que essa Frente não é do PT e nem do PSOL. Todos os partidos são bem-vindos, pois se posicionar contra a privatização da Sabesp é lutar contra a penalização da população de São Paulo, em especial do povo pobre da nossa capital e do nosso estado”, afirmou ela.