Trabalhadores da Sabesp, Metrô, CPTM protestaram, nesta terça-feira (27), em frente a Câmara Municipal dos Vereadores de São Paulo, em ato contra o projeto de privatização e sucateamento dos serviços paulistas, e aprovaram paralisação nesta quarta-feira (28). Os funcionários acompanharam audiência pública realizada na Câmara, solicitada pelo deputado federal Orlando Silva.
Os funcionários convocaram um ato para esta quarta, às 15h em frente à Assembleia Legislativa (Alesp). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Sabesp, “será mais uma oportunidade de fazer chegar até a população o prejuízo que a privatização da Sabesp, Metrô e CPTM acarretará para o estado de São Paulo, especialmente para a população que tem hoje um serviço de excelência no saneamento com tarifas justas. Se privatizar a Sabesp, assim como privatizaram o saneamento em outros lugares, a tarifa vai aumentar e o serviço vai piorar”.
“A luta dos trabalhadores é para combater a privatização da Sabesp, as terceirizações do metrô e da CPTM e também repudiar os cortes na educação estadual. O governador Tarcísio de Freitas está atacando, ao mesmo tempo, os serviços essenciais que atendem à população. Ele não quer consultar o povo porque sabe que essas medidas não agradam”, completou a direção do Sintaema.
Os trabalhadores da Sabesp mantêm uma equipe de plantão para garantir os serviços essenciais para a população. “O fornecimento de água não é afetado pela greve”, afirmou a direção do sindicato.
Os sindicatos dos metroviários e ferroviários, por sua vez, propuseram a liberação das catracas do Metrô e CPTM para garantir o transporte da população, mas a proposta não teve devolutiva do governador. “Essa seria uma forma de garantir o deslocamento da população e também assegurar o protesto dos trabalhadores (as)”, diz o Sindicato dos Metroviários em comunicado.
“A greve do dia 3 de outubro foi uma forma de tornar públicos os ataques do governador aos serviços essenciais. Mas mesmo diante da opinião da população, que em plebiscito popular disse não à privatização, Tarcísio segue acelerando a privatização da Sabesp e o processo de terceirização do metrô. Recentemente, atacou também a educação com a retirada de recursos que podem fragilizar o ensino público e prejudicar a maioria da população”, ressaltou a direção do Sintaema.
O PL 1.501/2023 que privatiza a Sabesp está tramitando na Alesp em regime de urgência. As categorias têm pressionado parlamentares para que o derrotem em plenário. Os trabalhadores destacam que o exemplo da Enel, que provocou um verdadeiro caos no último período, devido a omissão da empresa e a dificuldade da concessionária em atuar na falta de luz em São Paulo, causando inúmeros prejuízos para mais de dois milhões de paulistas, é exemplo do deve ocorrer com o saneamento e o transporte sobre trilhos, caso o projeto de privatizações sejam efetivados. “Ficou provado que privatizar os serviços essenciais nunca é a solução. Basta ver o que aconteceu com a Enel”, reiterou a direção do Sintaema.
“A Sabesp e o transporte não podem virar uma Enel. A população de São Paulo não esqueceu o quanto ficou abandonada à própria sorte. Foi aberta CPI da Enel na Alesp. Não queremos que o mesmo aconteça com a Sabesp e nem com o transporte público”, concluiu a direção do Sintaema.