O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), defendeu os bancos públicos contra os ataques privatistas do governo Bolsonaro.
“Tenho defendido, há alguns anos, que o Brasil só vai conseguir incluir no desenvolvimento largas parcelas do nosso povo, e isso se refere também ao nosso estado, na medida em que tivermos esses bancos públicos abertos, acessíveis, indutores de desenvolvimento e que financiem programas sociais, a exemplo do Minha Casa Minha Vida e a agricultura familiar”, afirmou Flávio Dino.
“Bancos públicos são essenciais para o desenvolvimento do país e, claro, também para o Maranhão”, disse Flávio Dino na edição maranhense do Diálogos Capitais, na segunda-feira (14).
“Qual seria o resultante se nós tivermos ou tivéssemos esse movimento de diminuição dos bancos públicos para que os bancos privados ocupem mais largamente esse mercado? O que nós teríamos seria a concentração de riqueza, a acentuação da concentração de riqueza e retirado do Estado as condições para impulsionar o desenvolvimento da sociedade. Isso nunca aconteceu antes no Brasil. E eu ousaria dizer: em nenhum país do mundo”, advertiu o governador maranhense.
“Por isso, a minha presença aqui, a defesa dos interesses do povo do Maranhão, para que esses bancos públicos continuem a atuar em nosso estado e em nosso país”, disse Flávio Dino, contrário à privatização dos bancos estatais.
O tema do evento foi “Bancos públicos sob ataque: desafios, riscos e perspectivas”, um debate sobre os ataques e as privatizações de bancos estatais anunciadas pelo governo federal.
O encontro foi promovido pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, em parceria com a revista Carta Capital e foi realizado em São Luís, no Convento das Mercês.
O Diálogos Capitais tem percorrido diferentes cidades, como São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Teresina (PI), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Natal (RN).
Do encontro, mediado por Luciana Soares, também participaram como debatedores o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira; o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon-MA), Fábio Nahuz; e a professora do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (CEFET-RJ), Elika Takimoto.
De acordo com o presidente da Fenae, Jair Ferreira, os bancos estatais “cumprem um papel de geração de emprego e renda nas cidades, nas sociedades, como um todo”. “Hoje a Caixa, no mercado brasileiro, é responsável por 70% de todo financiamento habitacional. Aqui no Maranhão, esse total vai para 85%; o Banco do Brasil faz mais 15% e o BNB faz outra parcela. Em todo o país, 70% dos financiamentos imobiliários são feitos pela Caixa”, afirmou.
“Por isso, estamos trazendo essa discussão para a sociedade. Quem vai financiar a habitação, quem é que vai arrumar recursos para o saneamento, para o desenvolvimento da cidade, para melhorar a cidade, e melhorar a vida das pessoas?”, questionou Jair Ferreira.
O presidente do Sinduscon do Maranhão, Fábio Nahuz, disse que “a gente está sempre alerta a essas movimentações porque esses bancos, principalmente a Caixa Econômica, é um grande fomentador da nossa indústria, a da construção civil, que é a mais forte do Maranhão. Por isso consideramos de extrema importância a permanência e o fomento desses bancos principalmente em nosso estado”, completou Nahuz.