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Na assinatura de contrato de ampliação da frota da Petrobrás e Transpetro, em Rio Grande (RS), o presidente afirmou que “vamos recuperar a indústria naval”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (24) que a Petrobrás se transforme na maior empresa do setor de energia do mundo.
Ele citou uma série de áreas do setor de exploração de petróleo em que a estatal lidera e celebrou a retomada dos investimentos na indústria naval, vítima de um desmonte que levou à perda de milhares de empregos nos últimos anos.
“A Petrobrás não perde para ninguém em prospecção em águas profundas, sem ocorrência de incidentes, por que não a transformamos na maior petroleira do mundo?”, disse Lula na assinatura de contrato de ampliação da frota da Petrobrás e Transpetro, em Rio Grande (RS).
“A Petrobrás foi demonizada porque o objetivo era desmanchar a Petrobrás”, denunciou Lula. “Já tentaram muitas vezes, mas ela está na alma do povo brasileiro e não o farão”, acrescentou. “Começaram, então, vendendo um grande pedaço, fatiando, e um grande pedaço foi a BR Distribuidora. E queriam desmontar as operações na África, vender sondas prontas como ferro-velho. E muitas vezes não levantamos a cabeça”, destacou o presidente.
Lula também questionou os efeitos das privatizações para o país e para o bolso dos brasileiros. “Eles foram privatizando tudo e empurrando o Brasil para o abismo. O que melhorou? Baixou o preço da gasolina?”, questionou. Lula defendeu a Petrobrás como uma empresa de qualidade e um “orgulho” nacional na distribuição de combustíveis, criticando governos anteriores por, segundo ele, enfraquecê-la.
“Atacaram Getúlio e o levaram à morte e até hoje não provaram nada sobre as acusações que fizeram contra ele”, apontou Lula. “A Petrobrás é atacada desde 1950. Desde que ela foi criada, eles tentam destruir. E já tentaram destruí-la muitas vezes. Como não conseguiram destruir a Petrobrás porque ela está na alma do povo brasileiro, eles resolveram fatiar, resolveram vender pedaços da Petrobrás. Venderam um grande pedaço chamado BR Distribuidora. Resolvi recuperar a Petrobrás e a indústria naval porque eu sou teimoso”, destacou o presidente.
Segundo Lula, a Petrobrás se compromete a financiar a transição energética enquanto avança com projetos de petróleo. “Eu sou contra o combustível fóssil, mas enquanto nós não tivermos substituto para o petróleo, nós utilizá-lo e vamos usar o dinheiro para desenvolver o país e fazer as pesquisas para a transição energética”, acrescentou Lula.
Lula criticou fortemente o desmonte da indústria naval e reafirmou o compromisso de recuperá-la. Pegamos esse país semidestruído e um exemplo dessa destruição foi a indústria naval. Destruíram também a Cultura, os direitos humanos, acabaram praticamente com o Ministério do Trabalho. Os que estavam governando não tinham preocupação com o país ou com o povo brasileiro. Quando eles querem destruir alguma coisa, começam por atacar. Fizeram isso com a Petrobrás porque queriam destruí-la”, denunciou.
“Vamos recuperar a indústria naval. Não foi fácil construí-la. Desde 2002 nós brigamos pela indústria naval. Temos 8 mil quilômetros de costa marítima. Esse país jamais poderia ter prescindido de uma indústria de cabotagem porque o ideal para um país como o Brasil é você ter um sistema de transporte que você utiliza navio, trem e usa caminhão. 95% do transporte de nossas exportações vão de navio. O Brasil é o maior país da América do Sul. Por que não podemos ter uma indústria naval poderosa? Por que temos que comprar navio da Coreia, de Singapura, da China etc?”, prosseguiu.
Na solenidade, o presidente assinou o contrato do Programa de Ampliação da Frota da Petrobras e Transpetro. O objetivo do governo federal é ampliar a frota de navios petroleiros e desenvolver a indústria naval, com a construção de quatro navios petroleiros do tipo Handy (embarcações de médio porte utilizadas para o transporte de petróleo bruto e derivados), com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação. O total investido nos quatro navios e nas demais obras será de R$ 23 bilhões até 2029 no Rio Grande do Sul.
Os navios serão usados no transporte de derivados de petróleo na costa brasileira. O projeto faz parte do Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobrás, com a expectativa de estimular a criação de 10 mil empregos diretos e renda para o setor. Há uma semana, a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, afirmou durante evento de lançamento de licitações do programa, em Angra dos Reis (RJ), que a empresa está “pisando no acelerador”.
“Mostrando o que a Petrobrás vem fazendo pelo Brasil para explorar, produzir petróleo e entregar energia cada vez mais limpa para a sociedade brasileira. Os senhores não tenham nenhuma dúvida, nós vamos liderar uma transição energética justa”, afirmou Magda, que enfatizou: “Isso é um reaquecimento da indústria nacional brasileira. Não queremos jogar navios fora, queremos reaproveitar esses navios e queremos que o reaproveitamento aconteça nos estaleiros nacionais”.