O negacionista Jorge Luiz Kormann, indicado por Jair Bolsonaro para um cargo de diretor na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está internado em UTI com Covid-19.
Kormann é tenente-coronel da reserva do Exército e entrou no Ministério da Saúde depois que o médico Nelson Teich pediu demissão por não concordar com o uso da cloroquina. Atualmente, ele é secretário-executivo adjunto no Ministério da Saúde.
Kormann acompanha e interage nas redes sociais com bolsonaristas investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por produzirem fake news e atacarem a Organização Mundial de Saúde (OMS) e suas orientações no combate ao coronavírus.
Ele foi um dos que defendiam um outro “método de contagem” de mortos e infectados para tentar esconder a catástrofe que tem sido a pandemia sob o governo Bolsonaro.
Nas redes sociais, Kormann curte publicações que atacam o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, a CoronaVac.
Uma delas dizia que “todo mundo sabe que o Doria é o ‘China Boy’. Mas nessa história da vacina, tá ficando até constrangedor”.
Outra afirmava que “só vota em prefeito tranca-rua quem for mulher de malandro”, se referindo aos prefeitos que adotaram a quarentena como método de frear o contágio da pandemia.
Segundo o Estadão, Kormann defendeu o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, mesmo que o remédio não tenha nenhum resultado contra a doença.
Ele já compartilhou publicações do filho de Bolsonaro, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), com ataques à imprensa.
Sua indicação para a Anvisa ainda não foi analisada pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, mas caso seja aprovada, ele passará a fazer parte do grupo que aprova o registro de medicamentos.
Em novembro, quando foi indicado, o caso provocou estranhamento entre funcionários da Anvisa, já que ele não tem formação em saúde.