Processado por corrupção, Temer é indicado por Bolsonaro para chefiar missão

Michel Temer, ex-presidente da República, acusado de formar organização criminosa e receber propina. Foto: Antonio Cruz - Agência Brasil
Ex-presidente terá que pedir autorização da Justiça para sair do país

O ex-presidente Michel Temer terá que pedir autorização para a Justiça para poder viajar para Beirute, no Líbano, em missão dada por Jair Bolsonaro. A cidade sofreu com uma explosão na região portuária, que causou mais de 200 mortes.

Em 2019, quando liberou Michel Temer de uma prisão preventiva, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que ele deveria entregar seu passaporte e não poderia sair do país sem autorização prévia.

No domingo (9), Jair Bolsonaro anunciou que Michel Temer chefiaria a missão de solidariedade ao Líbano. Temer respondeu em nota que se sentia “honrado com o convite”. Segundo ele, assim que o ato for publicado no Diário Oficial da União, “serão tomadas as medidas necessárias para viabilizar a tarefa”.

Temer é acusado de chefiar organização criminosa que teria negociado R$ 1,091 milhão em propina nas obras de Angra 3.

O dono da empresa Engevix, José Antunes Sobrinho, disse em delação premiada que pagou a propina para Michel Temer. Sobrinho revelou que a propina foi paga a pedido de Batista Lima, amigo e operador de Temer, do ex-ministro Moreira Franco, com o conhecimento de Temer.

Jair Bolsonaro, que ancorou sua campanha eleitoral na promessa de combater a corrupção, tem se aproximado de condenados e acusados de corrupção. Em meados de maio, começou a conversar com parlamentares envolvidos em esquemas de corrupção para formar uma base no Congresso Nacional.

Bolsonaro entregou o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que tem orçamento de R$ 54 bilhões, para o chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Entregou também o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) para Fernando Marcondes de Araújo Leão, indicado pelo senador Ciro Nogueira (PP).

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